O ser humano se espalhou da África para o resto do mundo, mas teve pelo caminho um elemento que pode ter sido de extrema importância: a areia.
A única saída por terra do continente africano é através da península do Sinai, no Egito, rumo ao Oriente Médio e a costa leste do Mar Mediterrâneo, local onde desertos de areia são abundantes e ao mesmo tempo, importantes.
Não apenas a areia, mas um tipo de sedimento arenoso chamado de loesse, comum na região do Levante, parece ter sido crucial para o êxodo humano.
Sem essa formação do solo, a saída dos seres humanos do continente africano em direção a Europa e Ásia teria sido muito mais difícil e agora os cientistas parecem estar chegando bem perto de compreender o motivo exato.
Acontece que o loesse é especialmente abundante no sul do Levante, no que seria hoje o sul de Israel, próximo ao deserto de Negev.
Seria inclusive de Negev e suas dunas de areia que viriam as partículas que formariam o sedimento e tornariam o solo tão fértil em relação às regiões vizinhas, áridas e impróprias para a agricultura de um modo geral.
Pesquisadores estão descobrindo que caso os humanos tivessem saído da África poucos milhares de anos antes, teriam encontrado um cenário bem diferente e bem menos convidativo a continuar a jornada.
Por esse motivo, a presença dessa areia pode ter sido crucial para a expansão da nossa espécie pelo mundo.
Crescente Fértil
Embora pensemos no Oriente Médio como uma região árida e desértica, boa parte dele é formada por boa vegetação e solo apropriado para agricultura.
Essa região é a chamada Crescente Fértil, uma área em forma de “meia lua” que engloba desde o delta do rio Nilo, no Egito, até a Mesopotâmia, passando pela região do Levante e sul da Turquia.
A Crescente Fértil é também conhecida como o berço da civilização, já que algumas das primeiras civilizações nasceram lá, indicando que sempre foi um local favorável.
Lendas e mitos de povos antigos, que falam de paraísos e terras férteis, provavelmente se referem a algum lugar desta área.