Há cerca de 60 anos, partes da Austrália foram usadas para testes nucleares do Reino Unido, e o resultado disso ainda está acontecendo.
De acordo com um novo estudo, o solo de algumas regiões do “outback” australiano, ou seja, a região desértica do país, estaria liberando resíduos de plutônio no ar, substância que sobrou no local após os testes nucleares, mesmo há tanto tempo.
As partículas contaminadas com plutônio são conhecidas há algum tempo, tendo sido observadas inicialmente na região de Maralinga, no sul do deserto da Austrália.
No entanto, acreditava-se que essas partículas de plutônio estavam estabilizadas, ligadas ainda à areia e a rocha do solo local. Porém, as coisas não são tão simples assim.
Acontece que o plutônio está dissolvido em partículas muito menores do que se imaginava, podendo se espalhar com a poeira no ar, contaminando não apenas a atmosfera, mas também a água, vegetação e animais, chegando até a população da Austrália, que estaria sendo contaminada com plutônio sem saber disso.
As partículas de plutônio no solo, conhecidas como “partículas quentes”, são um antigo problema para a Austrália. Estudos tentam minimizar o estrago causado pelos testes nucleares com o uso de nanotecnologia e outros recursos.
Estima-se que o plutônio detectado na região tenha uma vida útil de 21.400 anos, logo, é necessária uma solução muito mais urgente, já que a quantidade do material disperso equivale a duas bombas atômicas como as usadas em Hiroshima.
Testes nucleares britânicos
Após o primeiro uso de bombas atômicas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, o Reino Unido foi um dos países que resolveu investir nessa tecnologia.
Foi feita uma proposta para o governo da Austrália, que autorizou que testes fossem feitos em regiões desérticas do país, entre elas, Maralinga.
Só nessa região, foram detonadas 7 bombas atômicas entre os anos de 1952 e 1963. Além dos testes com ogivas nucleares, existem outros experimentos que geralmente também usam material radioativo.