Covid-19 pode estar ativando outro vírus ancestral no corpo humano; entenda

0

Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pode mudar a maneira como enxergamos a contaminação por Covid-19 e o novo coronavírus.

De acordo com essa nova pesquisa, muitas das mortes pela doença estão associadas com a ativação de um vírus chamado de “ancestral”, que estaria naturalmente inativado no DNA humano, que data da época em que vivíamos como um ancestral comum dos macacos modernos.

O tal vírus ancestral tem o nome formal de retrovírus endógeno humano, e pertence a uma família de vírus denominada K, sendo portanto referido, na sigla em inglês, como HERV-K.

O estudo da Fiocruz analisou pacientes de Covid-19 no Brasil que necessitaram da ajuda de respiração mecânica em algum momento da infecção, sendo que alguns conseguiram sobreviver, e outros não.

O que se analisou foi o viroma, ou seja, o ambiente viral na região da traqueia desses pacientes, para descobrir se havia algum outro vírus complicando a situação das pessoas em um quadro mais crítico de Covid-19.

A surpresa foi não só a descoberta de que os casos terminais possuíam sim uma grande quantidade de outro vírus, mas de que esse vírus era nada menos do que o HERV-K.

Os pesquisadores da Fiocruz estão muito confiantes nos resultados iniciais, embora ainda haja algum trabalho a ser feito.

Detectar a relação exata entre o coronavírus causador da Covid-19 e o HERV-K, ou retrovírus, é essencial para que mais vidas sejam salvas enquanto as vacinas ainda são poucas e chegam de forma lenta.

Vírus ancestral

O HERV-K é um vírus conhecido, que acabou se integrando ao genoma do ser humano durante a época em que estávamos meramente começando a nos diferenciar geneticamente dos chimpanzés, há milhões de anos.

Seu código genético passou a fazer parte do nosso, embora sua ação permaneça inativa, a não ser que algo aconteça para ativá-la novamente, como é o caso da Covid-19.

Outras doenças, como câncer e esclerose múltipla, também causam uma ativação do HERV-K, fazendo com que ele se torne um indicador biológico do estágio avançado dessas doenças.

Segundo a Fiocruz, em números iniciais, é possível dizer que um paciente de Covid-19 que teve seus retrovírus reativados pelo coronavírus, corre 50% mais risco de morrer do que alguém que não passou por esse processo.

A busca agora é entender por que algumas pessoas sofrem influência do HERV-K, enquanto outras não.



DEIXE UM COMENTÁRIO
WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com