A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito da história da humanidade e seus efeitos ainda não foram completamente descobertos. Um novo estudo mostrou que as milhões de bombas lançadas em todo o mundo impactaram não só os locais onde caíram, mas também os limites da atmosfera terrestre, em efeitos que só foram descobertos muitas décadas depois do fim da guerra.
Pesquisadores da Radio Research Station, na Inglaterra, analisavam dados atmosféricos que foram coletados entre os anos de 1933 e 1996 em toda a Europa, com o intuito de medir possíveis efeitos que erupções vulcânicas e outros desastres naturais teriam na atmosfera. No entanto, eles descobriram efeitos vindos de causas nada naturais.
Foram analisados dados em dias específicos onde ocorreram 152 dos maiores bombardeios da Segunda Guerra Mundial na Alemanha, disparados pelos Aliados, mais especificamente Estados Unidos e Reino Unido. Ao todo, esses países detonaram cerca de 2,7 milhões de bombas em toda a Europa e em torno de metade desse número caiu apenas na Alemanha.
Mesmo operando da Inglaterra, os efeitos desses bombardeios foram detectados pelos pesquisadores e cada um deles teve a intensidade de 300 raios comuns. Os efeitos das ondas de choque das detonações foram sentidos até mesmo na ionosfera, uma das camadas mais externas do planeta, por onde trafegam ondas de rádio e outros sinais.
Quantidade x Intensidade
As bombas dos Aliados acabaram causando um impacto maior porque eram, efetivamente, maiores do que as bombas utilizadas pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. A própria Inglaterra sofreu bombardeios muito mais longos dos alemães, mas nesse caso, as bombas eram menores e causavam, individualmente, menos estrago, embora fossem mais numerosas.
O estudo desses impactos permite que os cientistas entendam melhor o que pode influenciar a ionosfera e outras camadas da atmosfera terrestre. Muitos dos sistemas de comunicação modernos dependem dessas camadas mais externas e protegê-las de interferências é extremamente necessário.
