Se você sofre com a calvície, pode ser que seus problemas tenham acabado. Pelo menos é isso que aponta um novo estudo realizado na Universidade da Califórnia.
Utilizando duas drogas experimentais, os pesquisadores encontraram uma nova maneira de fazer cabelo crescer.
Os medicamentos, chamados de RCGD423 e UK5099, foram testados em ratos. O resultado mostrou que eles conseguiram recuperar o crescimento dos pelos.
Seria uma esperança para o careca?
O efeito causado pelas drogas acontece porque elas conseguem ativar as células dormentes dos folículos capilares. O estado de dormência, geralmente, é o mais comum entre as células-tronco dos cabelos.
Diferentemente do que acontece em órgãos e tecidos, onde as células estão em atividade constante, as do cabelo só são ativadas de vez em quando. Elas escolhem o momento certo para trabalhar. É neste período que o cabelo cresce.
Basicamente, quem fica careca são as pessoas que apresentam problemas no mecanismo do ciclo capilar, o que prejudica a renovação dos fios. Depois de um tempo, o corpo não consegue mais ativar as células responsáveis por repor o volume dos cabelos.
Como funciona
A pesquisa foi publicada na revista especializada Nature Cell Biology. Os cientistas Heather Christofk e William Lowry descobriram que o funcionamento do metabolismo dessas células-tronco é especial, diferente do que acontece em outras células da pele.
Quando nos alimentamos, a digestão quebra a comida ingerida em partículas menores. Partículas que serão absorvidas a nível celular. A principal é a glicose, que será usada pelas células para obter a energia que usam para crescer e se multiplicar.
Até esse ponto, o processo é o mesmo para todas as células. O que surge de diferente é que, depois de quebrar a glicose, as células-tronco dos folículos capilares podem gerar um subproduto – como se fosse um dejeto resultante do processo.
Esse dejeto é uma substância chamada de ácido pirúvico. Ele tem duas opções: ou volta para a mitocôndria da célula, onde também vira energia, ou se transforma em outro subproduto, o ácido lático.
Bloqueando a produção de ácido lático em cobaias, os pesquisadores descobriram que era ele o responsável por coordenar a função de crescimento dos pelos!
Daí pra frente foi muito simples. Com o mecanismo desvendado, só foi preciso encontrar algum fármaco que conseguisse reproduzir o efeito do ácido lático.
Apesar de ainda não terem sido testados em humanos, espera-se que esses fármacos sejam usados no futuro em medicamentos para tratamento de calvície ou alopecia (nome dado à perda de cabelo por envelhecimento ou fatores como estresse, desequilíbrio hormonal e quimioterapia).
