O Tesla Roadster de Elon Musk lançado ao espaço a bordo do foguete Falcon Heavy carrega muito mais do que o simpático boneco Starman. O carro é o lar de diversos tipos de bactérias e caso acabe caindo na superfície de Marte, pode ser quase uma bomba biológica jogada no planeta vermelho.
Todos os objetos enviados a outros planetas são submetidos a um rigoroso tratamento bactericida pelo Escritório de Proteção Planetária (OPP, na sigla em inglês), uma divisão da Nasa. Porém, o Roadster não foi lançado com a intenção de aterrissar em Marte e por isso, não recebeu nenhum tratamento diferenciado antes de ir ao espaço.
Porém, é possível que o carro acabe caindo por lá, o que ocasionaria a “infecção” de uma possível colônia de bactérias marciana. Especialistas consideram que o automóvel Tesla seja a maior quantidade de bactérias terrestres já mandada ao espaço.
A única esperança para os marcianos seria a morte das bactérias no vácuo espacial, mas a professora de aeronáutica Alina Alexeenko, da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, afirma que as bactérias podem sobreviver sem maiores problemas.
Ela explica que já foram realizados testes em laboratório onde bactérias eram submetidas a congelamento e outras condições muito similares às encontradas no espaço. Infelizmente para os marcianos, a maioria delas tem suas funções interrompidas, mas volta a funcionar normalmente assim que o ambiente se torna favorável.
Carro bomba
A verdadeira bomba biológica presente no Tesla Roadster tem poucas chances de atingir a superfície do planeta vermelho. Estima-se que ele cruze a órbita marciana no próximo mês de julho, passando a cerca de 110 milhões de quilômetros do planeta.
O carro está percorrendo uma órbita elíptica em torno do Sol enquanto se distancia da Terra. Segundo cálculos, o mais próximo que o Tesla vai chegar de Marte são 7 milhões de quilômetros, em 2020.
Porém, condições não previstas podem mudar a rota do automóvel e fazê-lo cair na superfície marciana. Esperamos que o Starman seja um bom motorista.