As tatuagens hoje em dia são vistas como um símbolo decorativo, religioso, cultural ou outros aspectos. Porém, ao longo da história ocorreram diversos casos em que a tatuagem era usada em punições e vários métodos de tortura.
10. Grécia Antiga
Os escravos que se comportavam mal na Grécia Antiga eram, muitas vezes, tatuados com o nome de seu crime. Tatuagens semelhantes foram dadas a cidadãos livres declarados culpados de crimes. Quando a Ilha de Samos estava em guerra com Atenas, cada lado tatuou seus prisioneiros de guerra para os marcar como conquistados. Os atenienses marcaram prisioneiros samianos com corujas, símbolo da deusa padroeira da cidade, Atenas. Samianos retaliaram, marcando seus prisioneiros atenienses com uma Samaina, uma espécie de navio samiano. A testa era um lugar bastante especial para tatuar um prisioneiro por causa da dor que era muito forte, e o fato de que era difícil de encobrir.
9. Império Bizantino
A província da Armênia se revoltou contra o Império Bizantino, em 793 d.C.. Os rebeldes foram derrotados pelo imperador Constantino VI, que matou seus líderes e puniu os sobreviventes com confiscações e multas. Para adicionar tinta a lesão, ele tinha pelo menos 1.000 deles tatuados com a frase “Armeníaco traidor”. Algumas décadas mais tarde, outro imperador puniu dois monges acusados de idolatria, e os tatuou 12 linhas de versos iâmbicos. Qual era o tema deste poema doloroso? A história de seu crime e sua punição. Assim como os gregos, ambos os imperadores tinham essas marcas punitivas cobertas na testa dos seus servos, para o máximo de estranheza em encontros familiares.
8. China
Uma regra bastante importante do Confucionismo é evitar danos ao corpo, pois é um dom recebido dos seus pais. Marcar a pele permanentemente é tão vergonhoso não apenas para o indivíduo, mas para toda a sua família. Isso fez com que tatuagens se tornassem uma punição severa na China Antiga. Os códigos penais das dinastias Song e Yuan listaram os crimes que poderiam resultar na tatuagem. Se alguém cometia um crime que seria punível com o banimento, recebia uma forma quadrada atrás da orelha. Se a chicotada a punição fosse levar chicotadas, a forma era redonda. Quando um criminoso sofria a pena da chicotada três vezes, a tatuagem era colocada no rosto. Os chineses também não eram muito estranhos ao velho truque do “crime”. Casais enganados capturados mais de uma vez foram também tatuados no rosto com a frase “cometeu atos licenciosos duas vezes” antes de serem exilados. Isso ocupava bastante o rosto, já que cada palavra era um caractere. De qualquer maneira, não era divertido.
7. Japão
Assim como os chineses, os japoneses historicamente colocaram valor em manter o corpo desmarcado por causa da família e da sua honra. No início do Japão moderno, a tatuagem foi reservada para os crimes mais graves, como sendo tatuado significava que você era excluído permanentemente da sua família e comunidade. Os desenhos incluíam barras, cruzes, círculos e, em uma região, o pictograma para “cachorro”. Os criminosos eram comumente marcados na testa. No entanto, no caso do Japão, os desajustados tatuados tiveram a última risada. O final do século 17 viu a ascensão da tatuagem decorativa no Japão, e muitos criminosos cobriam suas tatuagens penais com desenhos coloridos, para disfarçar. A tatuagem ainda é muitas vezes associada com crimes no Japão graças a Yakuza, que usam as tatuagens pelo corpo inteiro como uma marca de orgulho e honra.
6. Australianos Convictos
Durante o século XIX, o governo britânico tatuou e marcou seus presos para reforçar a ideia que o estado era “onisciente” e tinha o controle total sobre eles. Muitos reclusos enviados para a colônia penal da Austrália apareciam já marcados como criminosos. No entanto, alguns deles envolveram suas tatuagens com alguns acessórios. Um homem chamado Aaron Page transformou o “D” em seu peito (simbolizando que ele era um desertor, ou seja, aquele que abandona suas convicções ou suas doutrinas) em um Union Jack. Isso era inteligente porque ocultava um símbolo de traição com um de patriotismo. As autoridades britânicas na Austrália logo ficaram sabendo dessa prática e ordenaram que os condenados nunca fossem tatuados à noite. Pois isso lhes dava tempo livre para modificar a tatuagem.
5. Olive Oatman
Uma mulher branca foi encontrada vivendo com um grupo em Mojave perto de Fort Yuma, em 1856, na Califórnia. Seu nome era Olive Oatman, e a maior parte da sua família tinha sido morta pela tribo Yavapai enquanto iam para o oeste encontrar uma nova casa. Ela foi levada cativa e vendida para o Mojave, onde lá ela viveu por 4 anos. Durante este tempo, recebeu várias linhas azuis no queixo. Quando ela voltou à sociedade branca, Oatman publicamente falou sobre seu cativeiro em todo o país. Durante suas palestras, ela alegou que suas tatuagens eram “marcas de escravos” dadas pelos Mojave aos seus prisioneiros. Muito depois da morte de Oatman, os historiadores concluíram que suas tatuagens eram, na verdade, o mesmo estilo dado a todas as mulheres de Mojave. Eram uma marca de pertencimento, não de cativeiro. Se as tatuagens de Oatman eram ou não consensuais, é fácil ver por que ela alegava que não eram. A sociedade dos Estados Unidos no século XIX preferia acreditar que uma mulher branca era mantida em cativeiro por uma tribo nativa do que ela se tornou uma delas.
4. John Rutherford
John Rutherford era um artista que visitou a Grã-Bretanha em 1800, mostrando uma grande coleção das tatuagens no seu rosto e pelo seu corpo. Enquanto as pessoas admiravam as suas tatuagens, ele contava sua história de naufrágio na Nova Zelândia e sendo levado cativo pelo povo indígena Maori. Ele contou como eles comeu seus companheiros que estavam no navio e forçosamente, tatuou-o com formões (usado para escupir madeira) e dentes de tubarões. A maioria dos historiadores concorda que esta história é ainda mais cheia de bobagem do que a de Olive Oatman. Rutherford era provavelmente um desertor que saltou do navio, e a maioria de suas tatuagens eram Tahitian, não Maori. Se ele tivesse realmente obtido todas essas tatuagens de uma vez, ele provavelmente teria morrido de perda de sangue.
3. Prisioneiros Soviéticos
A tatuagem era bastante popular entre os criminosos russos durante a era soviética que existe um livro chamado a Enciclopédia Criminal de Tatuagem na Russa. Prisioneiros de Gulags da Sibéria se tatuariam um ao outro para mostrar seu desafio à autoridade e adesão em sociedades de ladrões de elite. Eles também tatuaram à força aqueles que os tinham ofendido. Tatuagens forçadas comuns incluíam as frases “inimigo do povo” e “eu sou ab-h”. Uma tatuagem forçada significava que um prisioneiro tinha sido expulso da sociedade de um ladrão e era ‘nepriskasaemye’, ou “intocável”. Qualquer pessoa que fizesse negócios com ele ficaria infectado por sua desonra. Dadas as condições nos Gulags, eles poderiam ser infectados por sua tatuagem também.
2. Auschwitz
A história mais infame de tatuagem involuntária vem do Holocausto. No campo de concentração de Auschwitz, os prisioneiros selecionados para o trabalho eram forçados a serem tatuados com números de série. Estes números poderiam ser usados para identificá-los em caso de morte ou fuga. O primeiro grupo a ser tatuado foram prisioneiros de guerra soviéticos trazidos, em 1941, para o campo. Um número de série foi perfurado no peito de cada vítima com um selo de metal, e tinta era esfregada na ferida. Essas tatuagens desapareceram rapidamente, então as autoridades nazistas mudaram para agulhas mais convencionais e começaram a tatuar o braço.
1. Tatuagens de Punjab
Todo mundo gostaria de acreditar que tatuagem involuntária é uma coisa do passado, mas isso aconteceu mais recentemente do que você pensa. Em 1993, quatro mulheres foram detidas pela Polícia de Punjab em Amritsar, na Índia. Elas foram acusadas de envolvimento com uma operação de contrabando que tinha atacado a polícia durante uma invasão. Durante a semana elas estavam sob custódia, policiais tatuaram cada mulher na testa com as palavras jeb katri, que significa “carteirista”.