O nosso sistema solar pode ter ficado um pouco maior. Pesquisadores descobriram evidências de mais dois planetas que circundam nosso sol muito além da órbita de Plutão. É uma descoberta que os cientistas dizem que poderia revolucionar os modelos atuais sobre a formação do sistema solar.
A descoberta veio de uma nova nova análise abrangente das órbitas de “objeto transnetuniano extremos”, por pesquisadores da Universidade de Cambridge e da Universidade Complutense de Madri.
“O número exato é incerto, dado que os dados que temos são limitados, mas nossos cálculos sugerem que existem pelo menos dois planetas, e provavelmente mais, dentro dos limites do nosso sistema solar”, disse o principal autor Carlos de la Fuente Marcos em um comunicado.
Os pesquisadores estudaram 13 objetos transnetunianos, planetas anões como Plutão e Sedna, que viajam ao redor do sol a grandes distâncias em órbitas elípticas. Seus resultados são detalhados em dois artigos no jornal Monthly Notices of the Royal Astronomical Society Letters.
“Este excesso de objetos com parâmetros orbitais inesperados nos faz acreditar que algumas forças invisíveis estão alterando a distribuição dos elementos orbitais dos objetos transnetunianos e consideramos que a explicação mais provável é a de que outros planetas desconhecidos existem além de Netuno e Plutão”, disse Marcos.
Os cientistas descobriram centenas de objetos transnetunianos, a maioria dos quais faz parte do cinturão de Kuiper, um enxame de corpos gelados sobrando da formação do sistema solar que orbita perto do plano eclíptico além de Netuno.
Embora poucos corpos recentemente descobertos tenham sido tão grandes quanto Plutão, alguns desses objetos transnetunianos distantes têm massa suficiente para serem considerados como planetas: em 2005, o astrônomo Mike Brown e sua equipe anunciaram a descoberta de Eris, um objetos transnetunianos pouco maior que Plutão.
Um release do Jet Propulsion Laboratory da NASA descreveu o objeto como o “10º planeta”. Tanto Plutão quanto Eris foram exilados do sistema solar e das escolas primárias em 2006, rebaixados para o status de “planetas anões”.
Os potenciais mundos não descobertos discutidos pelos cientistas de Cambridge e Complutense “seriam mais massivos do que a Terra”, disseram pesquisadores, e estariam tão longe que seriam extremamente difíceis de localizar com os instrumentos científicos atuais.
Isso não significa que uma expedição aos novos planetas anões do sistema solar está fora de questão: após uma viagem de nove anos, a nave espacial New Horizons da NASA iniciou sua abordagem para Plutão na quinta-feira.
– Mic