Codex Gigas, também conhecida como a Bíblia do Diabo, é considerada o maior manuscrito medieval do planeta.
Estima-se que o livro gigante tenha sido escrito no início do século XIII. Isso porque, os registros contidos no manuscrito terminaram entre o ano de 1229 e começo de 1230.
Estudiosos acreditam que ele foi produzido no mosteiro beneditino de Podlažice, que hoje é a atual República Checa.
Por dificuldades financeiras, os monges beneditinos penhoram o livro mosteiro de Sedlec. Em 1295, ele teria voltado aos monges do mosteiro de Podlažice.
A capa do manuscrito é feita de madeira e revestida em couro, contendo alguns ornamentos metálicos. O livro considerado satânico contém 310 páginas de papel velino, usado em pergaminhos. Contudo, há fortes indícios de que páginas foram arrancadas do exemplar único.
O velino usado como página é produzido a partir de pele de vitelo (bezerro). Estima-se que 160 animais foram abatidos para se fazer o livro, que pesa 75 quilos e tem quase um metro de comprimento.
Atualmente, o Codex Gigas está preservado na Biblioteca Nacional da Suécia, em Estocolmo.
Fama de ser amaldiçoado
Há uma lenda em torno do Codex Gigas que diz que ele trouxe doenças, mortes e desastres a quem o possuiu.
Até agora, a Biblioteca Nacional de Estocolmo está intacta a presença do manuscrito tido como diabólico. Na biblioteca, é possível ver as páginas do livro em formato digital.
A lenda por trás do Cordex Gigas
Fala-se que as escrituras da suposta Bíblia do Diabo foram obra de um monge que quebrou seus votos e foi condenado a ser emparedado vivo.
Para se livrar da punição, ele prometeu que iria criar um livro, em uma única noite, que iria incluir todo o conhecimento humano e ainda exaltar e glorificar a Deus.
Para cumprir sua promessa, ele fez uma oração a Lúcifer pedindo para terminar o livro e em troca daria sua alma ao diabo.
Assim, o manuscrito foi concluído e há uma ilustração do diabo na página 577 como forma de agradecimento.
Livro escrito durante vida reclusa
A hipótese mais aceita é a de que o monge ao invés de ser condenado ao emparedamento foi condenado à reclusão. Dessa forma, o manuscrito teria sido trabalho de uma vida.
Essa versão se reforça pela dedicatória ao final do manuscrito, que diz: hermanus inclusus, que significa Herman, o enclausurado.
Por ter uniformidade na escrita, realmente crê-se que ele foi escrito por uma pessoa.
Experiência de recriação do Codex Gigas
A National Geographic comprovou que para recriar o Codex Gigas sem a ilustração seria preciso trabalhar dia e noite por cinco anos. A partir daí, acredita-se que o escriba tenha levado ao menos 25 anos para concluir o manuscrito.
Os detalhes da criação do livro são desconhecidos, mas é inegável o livro do diabo é uma das obras mais curiosas e intrigantes feitas pelo homem.