Coentro com gosto de sabão? Intolerância pode ter origem genética

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Poucos alimentos ou temperos dividem tantas opiniões como o coentro. A erva é amada e odiada na mesma proporção e isso pode ter razões genéticas. Usado como tempero, principalmente na culinária do nordeste brasileiro, além de outros países da América do Sul e Ásia, o coentro tem “gosto de sabão” para algumas pessoas, enquanto outras adoram seu sabor bem forte e característico.

Diversos estudos mostraram que o amor e o ódio ao coentro possuem raízes genéticas. Nos países onde o uso do tempero é mais comum, a taxa de pessoas que não o suportam e sentem gosto de sabão em comidas temperadas com coentro não passa de 7%, como no caso do Oriente Médio, região sul da Ásia e alguns locais da América Latina. Já na Europa, África e extremo oriente, a quantidade de “odiadores” da erva chega a até 21%.

Segundo um estudo de 2012, realizado na Universidade de Chicago, a questão do gosto de sabão, principal reclamação de quem não suporta, tem um elemento culpado. Trata-se do aldeído, uma substância presente no tempero que é uma das principais responsáveis pelo cheio característico. Ele costuma incomodar também em outros alimentos, como canela, baunilha e amêndoas amargas.

Há quem diga, portanto, que a eterna batalha entre os pró-coentro e os “coentrofóbicos” não tem solução, mas os cientistas afirmam que é possível mudar de opinião a respeito das folhinhas, que são ainda constantemente confundidas com a salsinha devido à aparência, para o pavor de alguns.

O diabo não é tão feio assim

Culinaristas e cientistas concordam que, apesar das questões genéticas, é possível passar a gostar de coentro. O neurocientista Jay Gottfried, da Northwestern University, nos Estados Unidos, explica que sentimos o gosto do coentro em comparação com outros sabores, logo, experimentar pratos diversos com coentro, pode ajudar a se acostumar com ele.

Há também uma forma, que segundo estudiosos de engenharia alimentícia no Japão, ajudaria a diminuir o efeito do aldeído, o responsável pelo “sabão”: a erva deve ser usada crua, sem cozinhar junto com outros alimentos, com suas folhas picadas em pedaços bem pequenos.



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