O renomado físico inglês Stephen Hawking faleceu no início de 2018, aos 76 anos de idade. Mas apesar de Hawking já não estar mais entre nós, seu legado e seu trabalho jamais serão esquecidos pela comunidade científica. Tanto que meses após sua morte, alguns colegas acabam de divulgar aquela que é sua última publicação.
O último estudo feito por Stephen Hawking foi concluído por seus colegas apenas alguns dias antes de sua morte e acaba de ser divulgado no periódico arXiv. Ele é o terceiro e último de uma série de três publicações do físico, que abordavam um assunto muito recorrente em sua carreira: os buracos negros.
Os buracos negros são regiões do espaço nas quais nada, nem mesmo partículas que viajam na velocidade da luz, podem escapar, por conta de deformação do espaço-tempo resultante do colapso de uma estrela gigante ou a colisão de duas estrelas “normais”. Mas nos anos 70, Hawking propôs a hipótese de que os buracos negros tinham temperatura e poderiam “vazar” algumas partículas quânticas.
Isso ganhou o nome de “Radiação Hawking”, um efeito que significava que um buraco negro poderia se evaporar e deixar para trás um enorme vácuo.
Mas a ideia sempre causou um problema: se durante sua vida o buraco negro absorve muitas informações na forma de objetos celestiais, para onde que elas iam, exatamente?
Em 2016, Stephen Hawking e sua equipe levantaram a hipótese dos buracos negros terem os chamados “cabelos macios”, que guardariam parte dessas informações e seriam feitos de fótons e grávitons.
Neste último estudo do físico, Hawking e sua equipe encontraram um mecanismo (que é baseado em suposições que não foram devidamente provadas) que seria responsável por contar a quantidade de informação que um cabelo macio pode carregar.
Andrew Strominger, um dos autores do estudo, explicou que esse mecanismo se encaixa com uma fórmula chamada “equação Hawking”, que avalia como os buracos negros podem emitir a Radiação Hawking.
Quando um buraco negro engole um objeto, sua temperatura acaba mudando, o que significa que sua entropia – ou a desordem de suas partículas em um sistema termodinâmico – também muda. No estudo, Stephen Hawking e os colegas mostraram que o cabelo macio é capaz de guardar a entropia de um buraco negro, segundo jornal britânico The Guardian.
Malcolm Perry, da Universidade de Cambridge, afirmou que Hawking soube do resultado da pesquisa alguns dias antes de sua morte e que o físico deu um enorme sorriso de satisfação.
Mais estudos ainda precisam ser feitos para compreender melhor o funcionamento do cabelo macio dos buracos negros.