Se você acha que, hoje em dia, o Paint serve apenas para salvar os prints de tela do computador, saiba que tem gente fazendo verdadeiras obras de arte com essa ferramenta. É o caso de Concha García Zaera, uma mulher de 87 anos que mora em Valencia, na Espanha.
“Sou uma senhora de 87 anos. Gosto de pintar com o programa Paint. E, principalmente, estar com minha família e com minhas amigas”, descreve-se em seu perfil no Instagram, que tem mais de 140 mil seguidores.
Cores, perspectiva, profundidade, sombras, detalhes. Cada pintura de Concha é de impressionar, ainda mais para quem costumava fazer desenhos abstratos nas horas vagas ou tenta reproduzir algum desenho animado.
Mas, para a valenciana, é tudo muito normal e simples. “É só uma questão de paciência e tempo”, disse em entrevista ao jornal El Mundo. Com apenas 17 obras publicadas, a mais antiga de outubro de 2017, ela conquistou os internautas com o talento e simpatia.
Início
A história de Concha com as artes vem antes do Paint, com o qual ela começou a trabalhar há 12 anos. “Meu marido ficou doente e eu que cuidava dele, então não podia sair muito”, conta.
Ela teve de deixar as aulas de pintura em um centro para a terceira idade, e a tinta a oleo, especialidade dela, tinha um cheiro muito forte para usar em casa. Assim, os filhos a presentearam com um computador.
A senhora explica que leva cerca de três dias para terminar uma paisagem, que faz pouco a pouco. “Hoje pinto uma casinha, amanhã acrescento uma montanha.”
Ela reconhece, porém, que “não tem imaginação alguma” e se inspira nos cartões postais que o marido enviava para ela ou em desenhos que vê em algum lugar. “Não é difícil”, garante, embora diga que é trabalhoso.
Apesar de lidar bem com todas as redes sociais, Concha ficou surpresa com a repercussão. “De repente, começaram a chegar mensagens, mais notificações, e eu não sabia o que estava acontecendo. Chamei meu neto e disse: ‘Daniel, o que está acontecendo aqui? Ficou louco [o celular], juro que não toquei em nada!'”, contou entre risos.
A neta de Concha sugeriu que ela fizesse uma exposição com as pinturas, mas a senhora não quer. “Não dou valor [às obras]”, diz. E assim, ela continua desenhando e colorindo, pixel a pixel, cada uma de suas paisagens.