A Coreia do Norte disse que uma guerra nuclear na Península Coreana será inevitável, enquanto continua a criticar exercícios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul na região.
O regime de Pyongyang ainda afirmou que autoridades americanas, incluindo o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), Mike Pompeo, confirmaram a intenção de guerrear dos americanos “com declarações belicosas”.
Pompeo disse no sábado que as agências de inteligência dos EUA acreditam que o líder norte-coreano, Kim Jong Un, não tem uma boa ideia sobre o quão tênue é sua situação dentro e fora de casa.
Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte disse que Pompeo provocou o país ao “criticar imprudentemente nosso líder supremo”.
Os comentários foram reportados depois de os EUA enviarem um bombardeiro supersônico sobre a Coreia do Sul nesta quarta-feira (6), como parte de um exercício envolvendo milhares de aviões.
Os exercícios
Os militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul fizeram, na última segunda-feira (4), um exercício militar de cinco dias na Península Coreana, que envolve aviões e milhares de soldados. A iniciativa foi realizada menos de uma semana após a Coreia do Norte testar seu míssil mais avançado até o momento.
Os exercícios anuais são voltados para desenvolver a coordenação entre as Forças Aéreas das duas nações, disse um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano a repórteres em Seul.
Cerca de 12 mil militares dos EUA sediados na Coreia do Sul, no Japão e em outras regiões, bem como um número não revelado de tropas sul-coreanas, participaram das manobras, que incluirão aviões americanos de última geração, como os F-22 e os F-35.
Os militares americanos dizem que os exercícios militares são comparáveis em tamanho a exercícios anteriores e não são uma resposta a “qualquer incidente ou provocação”. Eles acrescentaram, porém, que a presença de aviões F-35A, F-35B e F-22 são uma novidade nessas operações.
Contexto
Os exercícios ocorreram em meio a tensões por causa do programa de mísseis norte-coreano. Alguns analistas do setor de segurança temem que Pyongyang esteja perto de dominar a tecnologia necessária para atingir cidades dos EUA com mísseis nucleares.
Na semana passada, a Coreia do Norte testou seu míssil novo Hwasong-15, que segundo especialistas podem atingir Washington, D.C. Há dúvidas, porém, sobre se a Coreia do Norte poderia colocar uma ogiva nuclear no míssil e garantir que possa se manter até a reentrada dele na atmosfera do país.