A corrupção na política, em especial, tem deixado a população brasileira indignada. Bilhões de reais foram desviados nos últimos anos – e parte dos crimes foi identificada pela Lava Jato, maior operação já realizada pela Polícia Federal contra lavagem de dinheiro.
Naturalmente, até mesmo a ciência tem discutido sobre o assunto. De acordo com o site da revista Saúde, a corrupção foi tema de um debate acalorado no Congresso Mundial de Cérebro, Comportamento e Emoções, realizado em Porto Alegre (RS).
Durante uma palestra, o neurocientista Antoine Bechara, da Universidade do Sul da Califórnia, disse que parte dos casos de corrupção seria causada a partir do funcionamento ruim do córtex pré-frontal. A região, que fica na parte da frente do cérebro, controla os impulsos, a empatia e a noção de julgamento moral.
A falta de noção de moralidade pode ser compreendida como uma espécie de psicopatia. O transtorno é causado não só pela já citada falha no córtex pré-frontal, mas, também, por uma redução na liberação de transmissores relacionados à sensação de bem-estar.
Apesar disso, ainda segundo Bechara, o ambiente social seria o grande responsável pela ocorrência de ações do tipo. O pesquisador disse que problemas cerebrais ligados à corrupção só poderiam ocorrer em 6% a 7% da população.
“Se vivemos num contexto onde é comum roubar e não há punição, esse comportamento vai ficar comum”, ponderou o neurocientista.