A dark web muitas vezes é vista como a porção “suja” da internet, onde crimes são cometidos livremente. Mas isso acontece em uma fração minúscula da rede, como mostrou um estudo recente.
Em resumo, a maior parte do conteúdo da dark web não é tão diferente assim da internet comum, com a diferença de que ele não é indexado nos sistemas de busca, como o Google.
O estudo foi feito pelo especialista em cybersegurança Eric Jardine, da Virginia Tech. Ele analisou dados disponíveis na rede Tor, a mais famosa usada para acessar o conteúdo não indexado, do que é chamado de deep web e também de sua parte ainda mais obscura, a chamada dark web.
É importante notar que o conteúdo criminoso existe, mas não é tão comum de se encontrar.
Jardine analisou entradas de acesso anônimas da rede Tor e conseguiu chegar a um número que mostra que apenas 6,7% das pessoas que usam a rede acessam o conteúdo “secreto”.
Vale lembrar que mesmo essa parte mais profunda da web pode não ser exatamente criminosa, sem nenhuma relação com tráfico de drogas, armas, pessoas e pedofilia, como é comumente associada.
Foi descoberto também que a maior parte das pessoas usa a rede Tor para acessar conteúdo da superfície, ou da internet normal, como a conhecemos.
A diferença é o anonimato, a ausência quase total de “rastros” deixados pelo usuário por onde ele passa.
A liberdade do anonimato
Jardine também notou algo interessante quando conseguiu analisar a origem dos acessos. A maior parte dos usuários que acessam conteúdo secreto vem de países que impõem algum tipo de restrição ao acesso de seus cidadãos à rede mundial de computadores.
Isso explica muito sobre a liberdade de acesso a informação e os motivos que levam alguém a entrar na dark web.
No entanto, em países mais livres em relação ao acesso, a situação é um pouco mais preocupante.
É desses lugares que vêm a maioria dos acessos a conteúdo com potencial criminoso na dark web, mostrando que a liberdade pode ser uma faca de dois gumes, dependendo das circunstâncias.
