Segundo Raul Seixas, o diabo é o pai do rock, mas o lendário bluesman Robert Johnson pode ser a prova de que a influência infernal vem de muito antes de o rock and roll ser o que é. Envolto em lendas e mistérios, o músico que fez sucesso na década de 30 teria vendido sua alma ao diabo em um pacto feito em uma encruzilhada, em troca de fama e sucesso. Será que deu certo?
Robert Johnson nasceu em algum momento entre 1909 e 1912, em uma pequena cidade no interior do estado americano do Mississipi, chamada Hazlehurst. De família humilde, trabalhou no campo ajudando os pais até os 16 anos, quando resolveu seguir carreira de músico, tocando em bares da região. Desde o início o talento do jovem chamou a atenção, além das letras de suas músicas, que falavam sobre solidão e temas sobrenaturais.
Não demorou muito para que a lenda surgisse a respeito do músico. A história narra que Johnson teria ido até uma encruzilhada, onde invocou um demônio e realizou um pacto com ele, pedindo fama e sucesso. O diabo teria tomado o violão do músico e afinado as cordas pessoalmente. O trato foi firmado com uma garrafa de whisky, que eles dividiram como bons amigos.
O pagamento
Aproveitando a má fama, Robert Johnson escreveu algumas canções sobre o suposto pacto, entre elas “Crossroads”, “Hellhound On My Trail” e “Me and the Devil Blues”. O bluesman viria a falecer aos 27 anos, vítima de um marido traído. Não se sabe exatamente a causa de sua morte, mas há quem diga que, ironicamente, foi dada ele uma dose de whisky com veneno.
Ele seria o primeiro do infame “clube dos 27”, que reúne artistas como Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse e outros, que morreram de forma trágica com a mesma idade. Johnson é lembrado até hoje como um dos bluesmen mais influentes de todos os tempos e muita gente acredita que o diabo realmente veio buscar sua alma como foi combinado no pacto.