Se você sempre questiona a qualidade da carne que você come (vide o recente escândalo deflagrado na Operação Carne Fraca) ou é vegetariano/vegano em respeito aos animais, seus problemas podem acabar daqui a alguns anos. Uma startup americana desenvolveu, recentemente, os primeiros filés de frango e de pato cultivados em laboratório.
Não se trata de carne de soja ou derivados, é carne de verdade mesmo. A Memphis Meat é a empresa responsável pelo produto, que é desenvolvido a partir de amostras de células de animais.
A carne é produzida a partir de uma solução com diversos nutrientes químicos, responsáveis por fazê-la crescer e se multiplicar, formando assim o mesmo tecido animal.
Já com relação ao mais importante, que é o sabor, muitos disseram que a carne é praticamente igual a que nós comemos. Quem garantiu tal informação foram os participantes de um evento de degustação organizado pela Memphis Meat, para promover o lançamento do novo produto.
Reduzir o impacto no ambiente
A Memphis Meat garante que a carne de laboratório pode solucionar três grandes problemas atuais: a degradação do meio ambiente, melhorar o bem-estar animal e ampliar as preocupações sanitárias e de saúde.
“A galinha e o pato estão na mesa de tantas culturas ao redor do mundo, mas a maneira como as aves convencionais são criadas acarreta grandes problemas para o meio ambiente, bem-estar animal e saúde humana. Nosso objetivo é produzir carne de uma forma melhor, para que seja deliciosa, acessível e sustentável”, disse Uma Valeti, co-fundadora e CEO da Memphis Meat.
Alto custo é problema
O único problema da carne de frango e de pato criada em laboratório é o seu altíssimo custo de produção. Segundo o The Wall Street Journal, meio quilo do produto custa, pela menos, US$ 9 mil. Mas seu custo deve cair a cada novo lote produzido, segundo o vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Memphis Meat, Steve Myrick.
Vale lembrar que em 2013, um cientista da Universidade de Maastricht, na Holanda, desenvolveu um hambúrguer de laboratório, que custava R$ 1 milhão. Quatro anos depois, a unidade do produto já está na casa dos R$ 40.
A expectativa é que as carnes criadas em laboratório possam chegar às lojas em 2021, já com custo bastante semelhante a da regular, produzida por meio de abate.
Texto por Augusto Ikeda
Edição por Igor Miranda