Faz três décadas que a catástrofe nuclear de Chernobyl devastou a Ucrânia e áreas vizinhas, mas ainda hoje os moradores da região estão lidando com as conseqüências dessa catástrofe. Com cerca de 2.600 quilômetros quadrados de terra, a área é considerada inadequada para os seres humanos viverem.
Na época, os moradores lutaram para conter o reator com uma gigantesca cúpula de concreto, mas o medo recente de que o local vaze material radioativo e provoque novamente um colapso, levou especialistas a construírem um “sarcófago” de metal ainda maior para conter o vazamento.
O escudo colossal de radiação que ganhou o nome de “New Safe Confinement”, tem 275 metros de largura, 108 metros de altura e custou 1,6 bilhões de dólares para ser construído.
Como o colapso do reator número quatro de Chernobyl liberou uma radiação 10 vezes maior do que a bomba nuclear em Hiroshima, Japão, ainda hoje é muito perigoso para que qualquer pessoa se aproxime do local, sendo assim, o escudo teve que ser construído nas proximidades, e só agora está sendo lentamente levado para seu destino.
Todo o aparato pesa 36 mil toneladas, o que é equivalente a cerca de 100 Aviões Jumbo, e por conta de seu peso colossal, ele está sendo manobrado para o reator por meio de um extenso sistema de macacos hidráulicos. Os especialistas esperam que a estrutura atinja seu destino final até o dia 29 de novembro de 2016.
Segundo o ministro do Meio Ambiente da Ucrânia, Ostap Semerak, o deslizamento do monstruoso arco sobre o Reator 4 na usina nuclear de Chernobyl, é o início do fim de uma luta de 30 anos com as conseqüências do acidente ocorrido em 1986.
A equipe do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (ERBD) – grupo responsável pela construção do sarcófago de aço e concreto – afirma que ele é a maior estrutura móvel em terra já construída pelo homem. É um dos projetos mais ambiciosos na história da engenharia, disse o porta voz do ERBD sobre a construção e reposicionamento da cúpula.
Os engenheiros esperam que a mega estrutura contenha a radiação pelos próximos 100 anos pelo menos.
Dê uma olhada no escudo que será posto sobre reator de Chernobyl:
Mesmo que o escudo seja bem sucedido em impedir que a radiação do reator saia para a atmosfera, há poucas chances de que a vasta zona de exclusão diminua, dito isso, é pouco provável que civis repovoem a região.
Enquanto a população de animais selvagens parece estar crescendo na cidade fantasma atingida pela radiação, o leite produzido na fronteira – alguns milhares de quilômetros longe do local da fusão – ainda contém 10 vezes o limite de radiação aceitável, mesmo 30 anos após o evento ter ocorrido.
Mas só porque a terra não é adequada para os seres humanos não significa que ela não seja adequado para outras coisas.
Recentemente, o governo ucraniano anunciou um plano para transformar a área em torno de Chernobyl em uma enorme fazenda de energia solar, o que não só diminui a dependência do país sobre a Rússia, mas também criará uma indústria inteiramente nova enquanto os painéis estão sendo instalados.
Segundo Semerak, existe um grande potencial para que Chernobyl produza energias renováveis, pois além da região já possuir linhas de transmissão de alta tensão que antes eram usadas para as estações nucleares, a terra é muito barata e existem muitas pessoas com experiência de trabalhar em usinas.
Agora com uma cúpula maciça contendo a radiação e, futuramente, painéis solares em abundância, Chernobyl pode finalmente trilhar um novo caminho, depois de tanto tempo sendo uma região abandonada.
Aqui está como o local é hoje: