Uma pesquisa recente revelou que a nossa Lua já teve uma atmosfera própria entre 3 e 4 bilhões de anos atrás. Ela pode ter se formado após erupções vulcânicas, que jogavam gases em sua superfície tão rápido que eles não conseguiam ser escoados para o espaço.
A superfície da Lua possui diversos locais de impacto, que estão cheios de basalto de origem vulcânica. Eles foram formados a partir da erupção do magma que estava no interior do nosso satélite.
A Lua, hoje, não possui mais atmosfera, pela falta de um campo magnético forte e massa suficiente para conseguir manter uma atmosfera ao seu redor. E mesmo assim, ela poderia ser dizimada pelos ventos solares. Diferente da Terra, que possui massa e magnetismo fortes o suficiente para ter uma atmosfera.
Só que essa nova pesquisa, que usou amostras coletadas do nosso satélite, indica que uma atmosfera pode ter, sim, existido na Lua. Há aproximadamente 3,5 bilhões de anos, a atividade vulcânica estava no seu ápice, momento em que a atmosfera estava mais espessa.
Uma vez que foi formada, por conta dessa atividade vulcânica, a atmosfera existiu por 70 milhões de anos antes de ser dissipada e se perder pelo espaço. Durante o período em que a Lua contou com a camada protetora, ela estava três vezes mais próxima da Terra, e por consequência, era muito maior no céu.
“Esse trabalho muda, dramaticamente, nossa visão da Lua, de um corpo rochoso sem ar para um satélite que costumava ser envolto por uma atmosfera mais prevalente que a de Marte atualmente”, explicou David Kring, um dos cientistas responsáveis pelo estudo.
Essa nova informação pode ter importantes implicações para o futuro de astronautas, missões lunares e a exploração espacial.
A pesquisa também sugere que as substâncias voláteis da atmosfera podem ter ficado presas próximas dos polos lunares, em áreas permanentemente escuras. Se isso for verdade, já pode existir uma fonte de gelo na Lua que poderia ser utilizada por astronautas para beberem água, cultivar alimentos e outras necessidades.