Apesar de parecer roteiro de filme de ficção, a discussão é real entre os mais respeitados físicos, cosmólogos e tecnólogos. A teoria é de que vivemos dentro de um poderoso programa de computador, uma Matrix ou Matriz, em português.
Se somos uma experiência virtual, então os sentimentos, os aromas, a natureza, a gravidade, as dores, a evolução e a tecnologia seriam meramente virtuais? Apenas ilusões?
É muito surreal e difícil para nós acreditarmos que essa teoria seja verdadeira. Mas, por outro lado, será que não somos arrogantes o suficiente para acreditarmos que somos os únicos seres dotados de inteligência no universo?
Teoria se baseia nos avanços tecnológicos
Algumas décadas atrás os videogames eram precários, apenas dois retângulos e uma esfera compunham um dos primeiros jogos eletrônicos (Pong). Hoje se brinca com o fotorrealismo, simulações em 3D na qual milhões de jogadores se enfrentam ao mesmo tempo.
Os computadores estão cada dia mais rápidos e autônomos, com capacidade de responder a nossas perguntas. A realidade virtual é uma novidade que já está sendo integrada nos jogos de consoles e mais recentemente nos smartphones, com o lançamento de Pokémon Go.
Houve um progresso extraordinário em tecnologia da computação e informação no último meio século. Basta lembrarmos, há 10 anos quase ninguém tinha smarthphone, hoje quem vive sem esse aparelhinho? Pois bem, então imagine o futuro daqui a 10 mil anos.
Seriamos apenas simulações?
Se consideramos qualquer taxa de melhoria em tudo, os jogos vão se tornar indistinguíveis da realidade.
Quem assume essa visão é Elon Musk, co-fundador da PayPal, fundador da SpaceX (empresa que desenvolve foguetes espaciais a fim de levar passageiros para o espaço), executivo-chefe da Tesla (marca de veículos elétricos) e proprietário da Hyperloop (transporte de alta velocidade).
Resumindo, ele é um empreender do futuro, que afirma que as chances são de 1 bilhão contra uma de não sermos realidade virtual.
E Musk não está sozinho. O considerado último gênio vivo Ray Kurzweil, “máquina” de inteligência do Google e inventor do reconhecimento óptico, assume que a nossa galáxia talvez seja apenas um experimento científico de um estudo do ensino médio de outro universo.
Alan Guth, cosmólogos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), propôs que o nosso Universo talvez seja real, porém faça parte de uma espécie de experimento laboratorial, assim como fazemos com os ratos. Segundo ele, não há provas que exclua a possibilidade do Big Bang ter sido criado artificialmente.
Há inúmeros outros aclamados inventores atuando como cientistas filosóficos na defesa da causa. Em abril deste ano, o tema foi debatido por conceituados especialistas no Museu de História Natural de Nova Iorque.
A grande questão levantada por todos eles é de que se a nossa ciência atual faz simulações de vida artificial (por exemplo, os clones), então, o que impede tecnologias super avançadas simularem a nossa própria existência a fim de compreenderem aspectos da natureza.
Qual o impacto disso em nossas vidas?
Apesar de essa ideia parece enlouquecedora, os cientistas afirmam que não há motivos para paranoia. Não há indícios de que estamos conectados por cabos em um mundo real, assim como acontece no filme Matrix. E muito menos de que a nossa consciência seja manipulada para um propósito maléfico.
De qualquer forma, esse é o nosso universo, a nossa casa, onde vivemos e não há meios de escapar. Não vai adiantar cometer crimes e responsabilizar a Matrix, como já fizerem em diferentes situações. E infelizmente as nossas contas a pagarem são reais.
Enquanto os cientistas buscam uma possível incongruência na física para provar a nossa virtualidade, podemos continuar tranquilos e focarmos em solucionar os nossos problemas diários.