Na última semana, o mundo inteiro assistiu a promessa das duas Coreias estreitarem laços e botarem um fim à Guerra da Coreia, que na teoria, ainda continua. Como consequência, a Coreia do Norte prometeu que fecharia seu principal local de testes nucleares, que fica no Monte Mantap. Mas no fundo, muitos especialistas acreditam que também existe um fenômeno natural por trás dessa decisão.
Tantos testes e explosões acabaram afetando a estrutura do Monte Mantap, localizado no nordeste da Coreia do Norte, o que fez o local se tornar pouco seguro e a mercê de um desmoronamento a qualquer minuto. Tal fenômeno possui o curioso nome de Síndrome da Montanha Cansada.
Para se ter uma ideia dos danos causados ao local, um teste nuclear conduzido em setembro de 2017 era 17 vezes mais potente que a bomba lançada em Hiroshima, no final da Segunda Guerra Mundial. A força da explosão foi tão grande que foi registrado um terremoto de 6.3 graus na escala Richter. Imagens de satélite chegaram a detectar um pequeno movimento no Monte Mantap.
Muito geólogos acreditam que a montanha está começando a rachar por conta de tanta explosões. “Você pode pegar um pedaço de pedra e colocá-lo no chão. Pegue um martelo e o acerte: nada vai acontecer. Se você continuar, vamos dizer que na 21ª tentativa, ela vai quebrar e se abrir”, disse o geólogo Dale Anderson.
Uma explosão nuclear na montanha quebra rochas próximas e sua energia se propaga igual a uma onda. E conforme mais explosões ocorrem no local, mais rochas, mesmo aquelas que estão distantes, também começam a se rachar e a quebrar.
“O efeito acumulado dessas explosões enfraquecem as rochas e criam fraturas, que é o que chamamos de Síndrome da Montanha Cansada”, complementou Anderson, que lembrou que o fenômeno tabém é usado justamente para medir a força de uma explosão.
O termo surgiu pela primeira vez para descrever a Montanha Degelen, na então União Soviética (onde hoje se encontra o Cazaquistão), que sofreu com mais de 200 explosões nucleares.