Todos nós acreditamos que o universo surgiu a partir do Big Bang, e é o que muitos físicos afirmam para nós, que não temos grandes conhecimentos sobre esse assunto de ata complexidade. Mas Juliano César Silva Neves, da Unicamp, não é muito fã dessa teoria. Ele acredita que tudo começou de uma forma bem distinta.
Essa ideia não é chega a ser uma coisa exatamente nova, mas Juliano utilizou uma equação matemática de mais de cinquenta anos, que descreve os buracos negros, para mostrar que o nosso universo não precisou de um começo compacto, como foi o Big Bang, para existir.
Em seu estudo, que foi publicado na revista General Relativity and Gravitation, o físico da Unicamp sugere a eliminação de um aspecto importante do padrão cosmológico: a necessidade da existência de uma singularidade cosmológica no início dos tempos, o que seria exatamente o Big Bang.
Vale lembrar que singularidade é um assunto tão complicado que nenhum físico, nem mesmo Albert Einstein, conseguiu desvendá-la por completo. Ainda assim, ela é muito importante para a área, especialmente quando o assunto é tentar descobrir às origens do universo.
Voltando ao assunto principal, Juliano propõe uma ideia chamada de “Universo com ricochete”. Essa é uma ideia que, na realidade, já circula entre os físicos há quase um século, e diz que o universo surgiu se expandiu a partir de uma espécie de contração.
A ideia de Neves se baseia no comportamento dos buracos negros considerados “regulares” e parte do conceito do chamado Grande Colapso (“Big Crunch”, em inglês), uma teoria que diz que o universo, um dia, começará a se contrair até entrar em colapso, e poderia dar lugar a uma eterna sucessão de universos.
Em outras palavras, se você não conseguiu compreender muito bem: necessariamente, o Big Bang não foi responsável pela criação do universo. E ele foi se expandindo por meio de contrações.
“A eliminação da singularidade, do Big Bang, recoloca o Universo em um novo cenário teórico da Cosmologia. A inexistência de uma singularidade no início dos tempos abre a possibilidade de que vestígios de uma fase de contração anterior possam ter resistido à mudança de fase e permaneçam na fase atual de expansão do Universo”, explicou Neves.