Holocausto Brasileiro: conheça a história do terrível Hospital Colônia

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O Hospital Colônia, em Barbacena, no estado de Minas Gerais, foi palco de um dos eventos mais controversos da história do Brasil, o chamado Holocausto Brasileiro. Nas sete unidades psiquiátricas que compunham o hospital, pelo menos 60 mil pessoas apresentando os mais diversos quadros clínicos de psiquiatria, morreram em condições extremamente desumanas.

O uso do termo Holocausto Brasileiro para descrever o que aconteceu no complexo hospitalar Colônia entre as décadas de 60 e 80 não é um exagero, já que é possível traçar vários paralelos entre o hospício e os campos de concentração criados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. As condições do local, que chegou a ser o maior centro psiquiátrico do país, eram completamente absurdas, muitas vezes até para os padrões dos campos nazistas.

Os pacientes, dos quais cerca de 70% não tinha um diagnóstico certo, andavam nus, bebiam água do esgoto e comiam muitas vezes ratos, pombos ou qualquer coisa que pudessem encontrar. O relato mais impressionante talvez seja o das grávidas, que passavam as próprias fezes na barriga, para que os funcionários do local sentissem repulsa e assim não as maltratassem ou forçassem abortos. De qualquer forma, as crianças nascidas lá dentro eram tiradas das mães.

Os tratamentos com choques elétricos eram tão fortes e frequentes que por inúmeras vezes a rede elétrica da cidade de Barbacena não dava conta, deixando a cidade frequentemente no escuro.

Nunca esquecer

O complexo do Hospital Colônia só deixou de funcionar dessa maneira no final da década de 80. Hoje apenas 3 pavilhões estão ativos, mas são bem administrados. No entanto, como os acontecimentos são relativamente recentes, ainda há sobreviventes do Colônia vivendo na região, muitos que chegaram até lá no chamado “trem de doido”, como eram chamados os vagões que traziam os pacientes, em mais um paralelo com a Segunda Guerra Mundial.

A história é descrita em pormenores no premiado livro Holocausto Brasileiro, lançado em 2013, da jornalista Daniela Arbex. Lá podemos ler relatos de pessoas que viram o Colônia em pleno funcionamento e trabalhar para que genocídios como esse nunca mais aconteçam.



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