Existe um debate na comunidade científica sobre o transplante de útero. O procedimento permitira a um homem engravidar, porém a técnica ainda é recente e precisa de mais estudos, mesmo em transplantes entre mulheres.
O Dr. Richard Paulson é presidente da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva. Ele falou, em um encontro anual da sociedade, que não vê nenhuma razão biológica para que o procedimento não dê certo. “Poderia ser feito amanhã. Teríamos desafios adicionais, mas eu não vejo nenhum problema óbvio que poderia impedir. Eu, pessoalmente, acredito que haverá mulheres trans que vão querer ter um útero e, provavelmente, farão o transplante”.
Cedo demais
O professor Arthur Caplan, discorda. Ele é professor de bioética e chefe da Divisão de Ética Médica na Escola de Medicina da Universidade de Nova York. Para ele, transplantes de útero são ainda “muito experimentais” e realizar o transplante em um homem seria irresponsável. “Cirurgicamente, você poderia colocar [um útero]em um homem amanhã? Sim, mas seria completamente irresponsável”, disse ao Live Science.
Caplan e outros especialistas citam inúmeros riscos para um procedimento ainda não muito conhecido. O corpo masculino não estaria preparado para receber um útero, não tendo propriedades para suprir um feto com irrigação sanguínea suficiente. Além disso, a pélvis masculina é muito estreita para a passagem de um bebê, portanto, o parto teria que ser por cesariana. Os especialistas ainda citam problemas hormonais.
Na Suécia, já foram realizados 9 transplantes de útero. Destes, 5 conseguiram engravidar. Recentemente, nos Estados Unidos, um útero transplantado infeccionou e teve que ser removido.
