A homossexualidade é comum entre insetos e essa é uma prática bastante prejudicial para eles no ponto de vista reprodutivo. Mas por que isso continua acontecendo? Um estudo de pesquisadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, tenta explicar a razão.
O biólogo Kris Sales explica que a homossexualidade não é biologicamente compensadora para os insetos. Além de não ser possível a reprodução, é comum a transmissão de doenças e até mesmo lesões já que muitas espécies possuem órgãos sexuais perfurantes. Mesmo assim, a prática é observada em mais de 100 espécies.
Testes foram feitos com uma espécie conhecida como besouro castanho, onde grupos com quantidades maiores de machos ou de fêmeas foram separados e a atividade sexual dos dois grupos foi monitorada. O resultado obtido foi mais simples do que se imaginava.
Os cientistas acreditavam inicialmente que os insetos se engajavam em prática homossexual principalmente para diminuir a competição entre os gêneros, especialmente entre machos. No entanto, pelo menos no caso dos besouros castanhos, isso parece ser bastante improvável.
Os besouros copulam entre si sem muita seleção, já que não enxergam muito bem. Basicamente, eles não conseguem diferenciar machos de fêmeas com muita facilidade e acabam copulando com qualquer indivíduo, independente do gênero. Em outras palavras, para o besouro castanho, tanto faz.
Dá trabalho
A homossexualidade pode representar um grande esforço físico para os insetos, além das desvantagens em termos biológicos no que diz respeito à impossibilidade de reprodução. Todo o processo de cópula pode ser um verdadeiro tormento para algumas espécies.
No caso dos gafanhotos, por exemplo, a ejaculação expele praticamente 25% da massa corporal do indivíduo, fazendo com que ele fique notavelmente fraco. O fluido seminal de uma mosca possui muitas vezes o comprimento de seu corpo, o que torna o ato de se reproduzir um verdadeiro exercício físico que leva até a exaustão.