Jeff Bezos passou 10 minutos no espaço em seu foguete da Blue Origin, mas há alguns dias, outro bilionário fez a mesma viagem, ou será que não?
Em 11 de julho, Ricard Branson, fundador da Virgin Galactic, utilizou uma aeronave própria para ir ao espaço, mas ele e Bezos chegaram a lugares diferentes. Para o dono da Amazon, Branson não esteve realmente no espaço.
O foguete da Blue Origin chegou a 100 quilômetros de altitude em relação ao nível do mar, o que é chamado de linha de Karman.
Essa seria a fronteira imaginária que delimita a atmosfera da Terra e o início do que é realmente o espaço, embora o voo ainda seja considerado parte da órbita da Terra. Na volta, foguetes auxiliares e um paraquedas supersônico ajudaram no pouso.
Já a viagem do Branson foi feita a bordo do VSS Unity uma aeronave acoplável, composta por dois aviões. O lançamento foi dividido em dois momentos e chegou ao ápice de 86 quilômetros de altitude, o que foi o motivo da discórdia.
Segundo Jeff Bezos, que postou até um infográfico nas redes sociais, 86 quilômetros de altitude ainda não é exatamente o espaço, e Branson “queimou a largada”.
Independente do que pode ser considerado, os dois bilionários continuam discutindo pelo título de primeiro voo civil tripulado ao espaço. Branson tem uma carta na manga, no entanto: a Nasa.
Onde começa o espaço?
A briga entre os dois gerou um debate sobre onde começa o espaço, de fato. Embora a linha de Karman seja normalmente a fronteira do planeta, a agência espacial americana funciona com uma demarcação diferente.
Para a Nasa, o espaço começa acima dos 80 quilômetros de altitude, ou seja, 6 abaixo do limite alcançado por Branson.
A Blue Origin, empresa de Bezos, já rebateu essa narrativa. Segundo as redes sociais da empresa, para 96% do mundo, o espaço começa na linha de Karman, o que não deixa de ser verdade.
A briga deve continuar, já que ambos pretendem dar início ao mercado do turismo espacial nos próximos anos.