O médico Erich Voigt tem, como dizem, olhos de águia. No começo de maio, enquanto assistia a um programa de televisão, ele percebeu um caroço cancerígeno no pescoço de uma mulher. Impulsionado pelo desejo de ajudar, ele tentou rastreá-la, conseguiu e colaborou para o diagnóstico precoce de seu câncer.
A história se tornou pública esta semana e foi noticiada pelo The New York Post. “Ajudá-la foi emocionante. Eu já derramei algumas lágrimas”, disse o otorrinolaringologista do NYU Langone Medical Center.
Voigt, que já examinou milhares de pacientes com sintoma semelhante, disse que o caroço tinha uma aparência assimétrica e “o jeito como ele se mexia sob a pele” quando ela falava o preocupou.
“Pensei: ‘acho que ela não sabe que tem isso’. Me senti obrigado e meio culpado, como se eu devesse avisá-la”, disse. “Eu tive de fazer uma escolha: se ignorava ou tentava contatá-la”.
O médico, então, publicou no Facebook um trecho do vídeo em que Nicole McGuinness aparece, com foco no pescoço dela. “Eu estava assistindo a um programa e notei que essa mulher tem uma massa tireoidiana do lado esquerdo. Ela precisa de um ultrassom e uma biópsia com agulha fina. Me pergunto se ela sabe e espero que seja benigno”, escreveu Voigt.
Várias pessoas comentaram na publicação, incentivando o médico a entrar em contato com a produção do programa. Um deles foi mais direto e disse ter passado para a mãe da mulher em questão o link do post dele. Duas semanas depois, Voigt entrou em contato com Nicole, de 32 anos.
Como ele imaginava, ela não tinha notado o caroço e, após exames, descobriu que tinha um câncer na tireoide. A mulher, que é uma sobrevivente de câncer no cérebro, está agora se tratando da doença recém-descoberta. “É um milagre, na minha opinião, que ele tenha visto isso na televisão”, disse ela para a ABC News.
Nesta semana, Voigt foi motivado a fazer uma nova publicação na rede social por saber que “muitas pessoas já foram ajudadas pelo poder do Facebook”. Ele contou toda a história e reforçou o “maravilhoso poder” da rede e das “boas pessoas”.
“Mídia social pode criar notícias falsas e sentimentos negativos, mas, desta vez, foi usada de uma maneira boa e positiva”, disse ele ao The New York Post.