Meteoritos e lagoas: saiba como pode ter surgido a vida na Terra

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Cientistas da Universidade McMaster, no Canadá, e do Instituto Max Planck, na Alemanha, afirmam que meteoritos podem ter ajudado a desenvolver a vida na Terra, após se chocarem e liberarem elementos em pequenas lagoas aquecidas.

Os pesquisadores chegaram a tal conclusão após uma exaustiva pesquisa e cálculos que envolviam aspectos da astrofísica, geologia, química, biologia e outras disciplinas.

Os principais autores da pesquisa, Ben K.D. Pearce e Ralph Pudritz, da Universidade McMaster, afirmam que as evidências disponíveis sugerem que a vida teve início quando a Terra ainda estava se formando, época em que meteoritos atingiam nossa casa com frequência e não existia a camada de ozônio para filtrar os raios ultravioletas do sol.

“Em ordem para entender a origem da vida, precisamos entender com era a Terra há bilhões de anos atrás. Como nosso estudo mostrou, a astronomia é uma parte vital da resposta. Os detalhes de como que nosso sistema solar se formou possui consequências diretas na origem da vida na Terra”, disse Thomas Henning, do Instituto Max Planck, um dos coautores do estudo.

Formação do RNA

Segundo os autores, a criação dos polímeros de RNA é o responsável pelo surgimento da vida no planeta. Os componentes essenciais dos nucleotídeos (os blocos construtores do DNA e RNA), que foram entregues pelos meteoritos, alcançaram altas concentrações na água desses lagos e lagoas e se ligaram, enquanto que os níveis de água se modificavam a partir de ciclos, por conta da precipitação, evaporação e drenagem. Essa combinação entre tempo seco e úmido foi fundamental para promover essa ligação.

Em alguns casos, os pesquisadores acreditam que essas condições causaram a duplicação dessas cadeias, que replicaram espontaneamente após incluir outros nucleotídeos do ambiente, cumprindo uma das condições da definição de vida.

Essa forma de vida rudimentar foi o que desencadeou o desenvolvimento do DNA, responsável pela criação de formas mais avançadas de vida, que evoluíram com o tempo.

“O DNA é muito complexo para ser o primeiro aspecto de vida a emergir. Tinha de começar com outra coisa, e essa coisa é o RNA”, disse Ralph Pudritz.

Outro ponto de destaque da pesquisa é que os responsáveis detectaram que essas condições favoráveis estavam presentes em milhares de lagos, e que a formação da vida pode ter ocorrido nesses locais do que nas fontes hidrotermais. Uma teoria rival diz que a vida teve início nessas fissuras da crosta terrestre, que ficam no fundo do mar, por conta do calor gerado por elas.

O novo estudo também refutou a possibilidade da poeira espacial ser responsável pelo surgimento dos nucleotídeos. Apesar de carregar os elementos essenciais, eles não foram depositados em quantidades suficientes para poder gerar vida.

Pearce e Pudritz planejam colocar a teoria em prática, já que a Universidade McMaster está prestes a inaugurar, ano que vem, um laboratório que é capaz de recriar as condições primitivas da Terra.

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