Considerada uma das maiores civilizações do mundo antigo, a civilização maia desapareceu de uma forma misteriosa, o que até hoje intriga historiadores e cientistas de todo o mundo.
Povo de uma cultura mesoamericana pré-colombiana, os maias foram uma das civilizações mais desenvolvidas do mundo antigo. Eles possuíam conhecimento em técnicas avançadas de engenharia, matemática, astronomia e escrita.
Os maias possuíam o seu próprio sistema matemático e dominavam o conceito de zero. Eles também tinham um calendário complexo para se nortear em relação ao tempo.
A maioria das cidades maias atingiram o auge no período clássico (250 d.c a 900 dc) e se desenvolveram por todo o período pós-clássico.
No auge do desenvolvimento, a civilização maia chegou a ter mais de 40 cidades espalhadas na região que atualmente está localizada a península de Yocatán (parte de Belize, Guatemala, Honduras e parte do estado mexicano de Chiapas).
A civilização maia era tão forte que estava à frente em termos de conhecimento e avanço tecnológico das grandes potências europeias.
Muito da cultura maia conseguiu sobreviver ao tempo, como alguns monumentos que podem ser vistos na Guatemala, México, Belize, El Salvador e Honduras.
Os maias deixaram registrados em seus monumentos de pedras detalhes de sua cultura e grande parte da história da civilização.
O que causou o fim da civilização maia?
Ninguém sabe dizer o motivo certo do desaparecimento da civilização maia. Contudo, muitas são as teorias que buscam explicar a extinção de uma das civilizações mais ricas e desenvolvidas do mundo antigo.
Uma das hipóteses seria que, por volta do século IX, a civilização maia teria sofrido uma espécie de colapso, onde a população teria abandonado de forma definitiva os centros urbanos.
A razão desse declínio pode ter sido a falta de alimentos, mudanças climáticas, superpopulação e guerras. Embora a teoria mais aceita é a de que a civilização maia foi atingida por um período de seca extrema.
Como uma sociedade tão desenvolvida pode desaparecer?
Por anos este assunto foi alvo de controvérsia. Até que o cientista americano Douglas Kennett, da Universidade Estadual da Pensilvânia, mediu a quantidade de isótopos de oxigênios que estão presentes em uma estalagmite de 56 centímetros retirada da gruta de Yok Balum, em Belize. Esta gruta fica próxima aos grandes centros maias.
O cientista descobriu que os átomos de oxigênio chegaram até a gruta pelo água da chuva e, dessa forma, foram agrupados na estalagmite enquanto ela crescia lentamente, cerca de 6 a 25 milímetros por século.
A medição dos átomos possibilita diferenciar a época em que ouve muita chuva da época de seca. Dessa forma, foi possível fazer um panorama de ocorrências de chuvas nos últimos dois mil anos.
As informações obtidas por Kennett levaram a conclusão que, depois de um período de muita chuva, os maias amargaram aproximadamente quatro séculos de seca, com vários episódios de seca extrema.
Assim, os períodos chuvoso incidiram no aumento da produção agrícola e na consequente expansão populacional.
Ao cruzar esses dados com as informações gravadas nos monumentos de pedra, chegou-se a conclusão de que a civilização não resistiu a essa alteração brusca de clima.
Após a grande seca, essa grande população não teve como se manter e, dessa forma, os reis maias foram destituídos de seu poder e influência, fazendo com que a civilização ficasse a mercê dos colonizadores espanhóis, que chegaram no território por volta do século XVI.