Novo estudo propõe a existência do nono planeta de nosso Sistema Solar

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No último mês, pesquisadores divulgaram uma controversa pesquisa que sugere que o misterioso Planeta 9 não existe. Mas um novo estudo reviveu, novamente, as esperanças de que esse corpo celeste está, de fato, presente em nosso sistema solar.

Com o uso de uma nova técnica, astrônomos espanhóis descobriram que o misterioso planeta está localizado a uma distância 300 vezes maior que aquela entre o nosso planeta e o Sol. E que ele está afetando e alterando as órbitas de objetos localizados após Netuno.

Fonte: NASA
Fonte: NASA

Como argumento para o Planeta 9, existem diversas condições que são consideradas críticas, incluindo um fenômeno chamado de “clustering”, no qual as órbitas de objetos transnetunianos ficam agrupadas no espaço por conta do massivo planeta.

Uma pesquisa feita com o Sistema Solar Externo examinou oito padrões do céu de 2013 a 2017, o que revelou a presença de mais de 800 objetos transnetunianos. Mas após serem identificados oito deles, que seriam úteis para testar a existência de um nono planeta, os pesquisadores não encontraram evidências desse agrupamento.

Nesse novo estudo, pesquisadores da Universidade Complutense de Madrid utilizaram um método diferente para fazer a busca por esse misterioso planeta, e que é menos suscetível a erros, ao contrário da forma empregada na pesquisa anterior.

A equipe optou por estudar objetos conhecidos como objetos transnetunianos extremos, que estão localizados a uma distância de mais de 150 Unidades Astrônomicas (o AU, equivalente a 150 milhões de km) e que não se cruzam com a órbita de Netuno.

Os astrônomos mediram as distâncias a partir de seus nodos orbitais, ou os dois pontos nos quais a órbita se cruza com o plano de referência sistema solar, a partir do sol. E as evidências mostram que existe um planeta no exterior do nosso sistema solar, muito além de Plutão.

“Se não existe nada para perturbá-los, os nodos desses objetos transnetunianos deveriam ser distribuídos uniformemente, já que não há nada para evitar. Mas se existe um perturbador ou dois, a situação pode ficar diferente” disse o pesquisador Carlos de la Fuente Marcos.

Os cientistas descobriram que os nodos de 28 objetos transnetunianos extremos que foram investigados estão agrupados em zonas particulares.

Eles também observaram uma correlação entre a posição desses nodos e o que é conhecido como inclinação, um parâmetro para definir a orientação no espaço.

Mas os pesquisadores afirmam que não deve haver relação entre esses dois fatores.

“Assumindo que os objetos transnetunianos extremos são dinamicamente similares aos cometas que interagem com Júpiter, nós interpretamos esses resultados como sinais da presença de um planeta que está interagindo ativamente, em uma distância entre 300 e 400 AU. Nós acreditamos que o que estamos vendo aqui não pode ser atribuído pela presença de erros observatórios”, disse de la Fuente Marcos.

“Essa é a primeira vez que os nodos orbitais foram utilizados para tentar entender as dinâmicas dos objetos transnetunianos extremos”, complementou o pesquisador.

Essas novas descobertas ajudam a dar suporte a duas hipóteses originais, propostas por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) em 2014 e 2016.

Apesar de estudos recentes também sugerirem a possibilidade de outro planeta, do tamanho de Marte, existir em nosso sistema solar, os responsáveis pela nova pesquisa afirmam que suas informações não são capazes de afirmar a existência do Planeta 10, como é chamado.

“Dada a atual definição de planeta, esse outro objeto misterioso pode não ser um planeta verdadeiro, mesmo que tenha um tamanho semelhante ao da Terra, já que ele pode estar cercado por imensos asteroides ou planetas anões”, explicou de la Fuente Marcos.

“Em qualquer caso, estamos convencidos de que os trabalhos de (Kat) Volt e (Renu) Malhorta encontraram evidências claras da presença de um corpo massivo além do chamado Cinturão de Kuiper, o ponto mais distante do cinturão transnetuniano, que está a 50 AU do Sol. Esperamos poder apresentar em breve um novo trabalho que também dê suporte a essa existência”, complementou o pesquisador.

Fonte: Daily Mail
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