O creme de avelã Nutella é, com certeza, um dos alimentos mais adorados e desejados não só no Brasil, mas no mundo todo. Mas um estudo feito pela Autoridade de Segurança Alimentar Europeia (EFSA, na sigla em inglês) deve acabar com sua reputação, e tudo por conta de um único ingrediente.
Este estudo feito pela organização diz que o óleo de palma refinado, mais conhecido no Brasil como óleo ou azeite de dendê refinado, possui potencial cancerígeno. E ele é um dos ingredientes mais importantes da Nutella.
O problema ocorre quando o óleo é refinado a uma temperatura acima de 200 graus. A EFSA diz que, neste momento, ele libera um componente chamado glicidol, que possui potencial cancerígeno maior que outros óleos no mercado. Apesar do alerta, a entidade disse que não chegou a recomendar a suspensão do alimento, e que mais estudos são necessários para avaliar seus riscos.
Empresa se defende
A Ferrero, empresa que fabrica a Nutella, se revoltou com o estudo publicado pela EFSA e se defendeu, dizendo que seu produto é seguro para consumo. E lembrou que substituir o óleo de palma, que é importante para conferir textura e aumentar a validade do produto, poderia provocar mudanças em suas características e diminuir sua qualidade.
“Fazer Nutella sem óleo de palma poderia produzir um produto inferior, seria um passo para trás”, afirmou Vincenzo Tapella, diretor de vendas da Ferrero.
Além disso, a Ferrero diz que ao utilizar o ingrediente, utiliza um processo industrial que combina temperaturas abaixo de 200 graus celsius e pressão extramente baixa, para minimizar qualquer contaminante na Nutella. Assim, a empresa garante que os níveis de glicidol ficam tão baixos que não são identificados por instrumentos científicos, por conta de diversos testes que são realizados.
Vendas caíram na Itália
Apesar de procurar uma maneira de se defender, a Ferrero sentiu na pele os efeitos da divulgação do estudo da EFSA. Em 12 meses, que se encerraram em agosto do ano passado, as vendas de Nutella caíram 3% na Itália, seu país de origem. A empresa também culpa tal número por seus rivais promoverem produtos livres de óleo de palma.
Mas em relação as vendas globais, a Ferrero não precisa se preocupar muito. Elas manteram um nível de crescimento de 5 a 6% anuais, números normais e aguardados pela empresa.
Texto por Augusto Ikeda
Edição por Igor Miranda
