OMS muda nomenclatura de variantes da Covid-19 para evitar estigma

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou uma mudança na forma de nomenclatura das variantes da Covid-19, que continuam surgindo.

O objetivo é fazer com que essas variantes parem de ser conhecidas por seu local de origem, o que gera um estigma negativo sobre esses países, podendo ser motivo até mesmo de preconceito, como acontece com a China, por ter sido o primeiro país a detectar a doença.

A nova orientação da OMS para se referir às variantes da Covid-19 é o uso de letras do alfabeto grego, como forma de dividi-las de forma eficaz e sem nenhum tipo de referência pejorativa.

Dessa forma, a organização divulgou uma tabela que deve ser usada pela imprensa e pelo público na hora de citar as variantes já existentes e outras possíveis que possam surgir.

Pelo novo sistema, a variante britânica, de nome científico B.1.1.7, é chamada Alfa. Já a variante da África do Sul recebeu a letra grega Beta como denominador.

A variante brasileira é a Gama, enquanto a indiana, que até o momento se divide em duas subvariantes – uma mais preocupante e outra sob observação – ganhou as letras Delta e Kappa.

Os nomes científicos devem continuar a ser usados em publicações específicas, voltadas para o meio científico. Os números e letras indicam informações genéticas das variantes e seu uso ajuda os pesquisadores a situá-las melhor em seu campo de conhecimento. Enquanto isso, o público e a imprensa podem usar as letras gregas.

Preconceito

Maria Van Kerkhove, uma das responsáveis técnicas da OMS para a pandemia de Covid-19, falou sobre o motivo da mudança.

“Enquanto eles têm suas vantagens, esses nomes científicos podem ser difíceis de dizer e lembrar, e são fáceis de serem mal interpretados. Como resultado, as pessoas costumam chamar as variantes pelos nomes dos lugares onde foram detectadas, o que é estigmatizante e discriminatório”, explicou.

Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, emitiu um decreto protegendo pessoas de origem asiática que sofreram preconceito durante a pandemia de Covid-19.

Como o novo coronavírus foi detectado primeiramente em Wuhan, na China, muitas pessoas passaram a se referir à doença como “vírus chinês” de forma pejorativa, incluindo autoridades nos Estados Unidos e no Brasil.



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