Trabalhar exige esforço e dedicação, seja você um professor ou um bombeiro. Mas e se eu te contar que existem empregos que não exigem nenhuma habilidade real e ainda pagam bem?
Aqui estão os empregos mais fáceis do mundo. Veja:
Dama de companhia
Durante a Era Vitoriana – 1837 à 1901 -, o mundo mudou, mas pouca coisa progrediu pras mulheres. Muitas precisavam trabalhar, mas poucos trabalhos eram dignos. Uma boa carreira ainda era ser dama de companhia, cargo geralmente reservado pra moças que não fossem pobres e que tinham uma certa educação e refinamento. Tudo o que você precisava fazer era passar seus dias ao lado de uma mulher rica e sem amigas pra passear no parque, fazer compras, cantar, ler etc. Uma dama de companhia anunciava suas habilidades e sua pretensão salarial nos jornais e rezavam pra ser contratadas. Era isso ou trabalhar nas fábricas ou ficar pendurada no teto por um balde – sim, esse emprego existia – pra ganhar um terço do que os homens ganhavam.
Urso líder
Viajar nunca foi uma atividade segura, ainda mais quando não existia GPS ou polícia rodoviária. Então, quando os filhos dos ricos da Europa queriam ir pra Itália estudar artes durante o século XVII, eles contratavam um urso líder, basicamente um guia turístico e segurança, pra fazer um tour pelas estradas, mostrar paisagens deslumbrantes, narrar as histórias de cada cidade visitada, fazer companhia pelas tabernas e evitar bandoleiros ou água contaminada. Acontece que essa carreira continuou existindo como uma espécie de ano cabalístico pros ricos – ou anos cabalísticos, pois o tour podia levar até três anos – mesmo depois da Itália perder sua hegemonia artística. Muitos dos ursos líderes eram clérigos ou eruditos, mas alguns eram simplesmente oportunistas que cobravam pra dar um rolé pela Europa – o que muitas vezes acabava em sequestro ou em trambique e sumiço mesmo.
Doutor sapo
Pode parecer papo de Idade das Trevas, mas ainda estamos no século XVIII. Desde os tempos da Grécia Antiga, acreditava-se que os sapos tinham propriedades curativas, por isso certos profissionais dedicaram suas carreiras a estudá-los, testá-los, torturá-los e às vezes comer e beber o que restava dos experimentos. Acontece que durante o século XVIII, as coisas perderam o controle e a demanda por sapos medicinais estourou, principalmente pras vítimas de escrófula – uma combinação infeliz de tuberculose e doença de pele. Os tratamentos iam de pendurar pernas de sapo no seu pescoço até deixar o sapo na sua casa até ele morrer e então pendurá-lo inteiro como um colar. Também havia tratamentos tão indigestos quanto esses pra reumatismo, raiva, epilepsia etc, todos envolvendo queimar o sapo, ingerir seu veneno e outras coisas que provavelmente davam mais pesadelos do que qualquer cura. Pois é, os tempos eram difíceis pros humanos e a gente descontava nos animais, ainda por cima.
Frenologista
A ciência só melhora o mundo, exceto quando alguma babaquice é chamada equivocadamente de ciência, como a frenologia, estudo que reivindica ser capaz de determinar o caráter, características da personalidade e grau de criminalidade pela forma da cabeça – lendo “caroços ou protuberâncias”. Pior é que essa insanidade foi popular na Europa e nos EUA e frenologistas eram consultados tanto pra saber se havia alguma vocação pra certas carreiras ou saber se podiam confiar nos candidatos a empregos. Alguns frenologistas davam palestras e ainda vendiam muitos livros. E você julgando quem acredita em mapa astral…
Pregoeiro
Hoje em dia, pregoeiros realmente cuidam de assuntos importantes na nossa sociedade, mas no século XI, eles lembravam mais os caras chatos que ficam com um microfone na porta das lojas falando abobrinhas pra atrair os clientes. A missão desses caras era basicamente ter uma voz alta e uma boa oratória pra anunciar as últimas notícias, como o nascimento de um príncipe ou uma invasão iminente – imagine o William Bonner vestindo com um chapéu de plumas. Às vezes alguns tinham mais funções, como xerifes ou fiscais, o fato é que era melhor não irritar um desses, imagina se alguém inventasse boatos ao seu respeito aos berros no meio da cidade. E não adianta querer revidar, eles eram protegidos pela lei e atacá-los era considerado traição contra o país. E sabe o que é mais surpreendente? Eles ainda existem! Alguns gritam os jornais pela Inglaterra e existe até uma competição disso na cidade de Chester.
Aldrava
A Revolução Industrial foi impiedosa, homens, mulheres e crianças trabalhavam por 16 horas diárias e precisavam estar cedo nas fábricas, mas o despertador ainda não havia sido inventado e não havia mais galinhas pelas cidades. O que fazer? Contratar alguém pra te acordar. Isso mesmo, as fábricas tinham funcionários dedicados a bater na sua porta e na sua janela pra você não ter mais desculpas pra chegar atrasado no trabalho. A única dificuldade era não acordar os vizinhos pra não tirar empregos dos outros aldravas e nem enfurecer ninguém. Felizmente, a luz elétrica e os despertadores deram um fim a esta profissão – será que eles fizeram protestos que nem os taxitas com o Uber?
Voluntário de pesquisas médicas
Novos remédios precisam ser inventados e as pesquisas não podem usar ratos como cobaias depois de um certo ponto. É nessa hora que os voluntários são contratados. Se você acha que é muito arriscado ser cobaia, lembre-se de dois detalhes: testes em humanos são muito rigorosos e controlados e ainda tem uma chance de você receber uma cartela de placebo pra distinguir os efeitos colaterais reais da paranoia dos voluntários, então os riscos são mínimos. Existe também a chance de você ter uma doença ainda sem cura, se candidatar como cobaia e tirar a sorte grande de encontrar a cura. Se você morrer, ao menos fez uma grana extra antes.
Provador de sorvetes
Pode parecer resposta de criança pra “o que você quer ser quando crescer”, mas existe de verdade. Alguns dizem que não é tão moleza assim, afinal não é só o sabor que importa, a aparência, o aroma, a textura e outros fatores contam, além do próprio sabor, mas não muda o fato de que você vai experimentar sorvetes e anotar comentários.
Avaliador de hotéis
Sim, esse emprego é exatamente o que o nome sugere. E tem gente que é paga por isso. Na verdade, o salário não costuma ser dos melhores, mas ainda assim você estará sendo pago pra entrar sob disfarce num hotel e testar se a cama está realmente coberta com algodão egípcio, se o wi-fi está bom, se a higiene está em dia, se o restaurante local é satisfatório, se a piscina atende às expectativas e todos esses detalhes. É como viver o sonho americano!
Doadora de óvulos
Esse divide opiniões. Mulheres sadias de 22 à 30 anos podem fazer dinheiro se submetendo a injeções de hormônios e uma operação um tanto invasiva no final. Muitas mulheres não gostam da ideia de doar óvulos e basicamente ter crianças com seu DNA mundo afora, mas o pagamento varia entre 8 mil à 10 mil dólares e você nem precisa trocar fraldas depois.
Treinador de vida
Um “life coach” cobra pra dar palpites. Sério! Pra não dizer que isso não é uma profissão real, inventaram um curso online de 6 meses. No começo, os aposentados eram mais valorizados, afinal são os mais experientes, mas hoje em dia qualquer um pode tentar a sorte. De acordo com o Universal Life Coaching Institute, seu salário vai variar entre 48 mil à 275 mil dólares anuais. Dica: se você quer ouvir opiniões alheias, alguém pra atender seus telefonemas de madrugada e ouvir as histórias que mais ninguém está interessado em ouvir, contrate um psicólogo, por favor.
Coordenador de pausa no banheiro
A maioria dos escritórios simplesmente autoriza que seus funcionários vão ao banheiro quando a Mãe Natureza chama ou apenas quando querem conferir as mídias sociais. Por outro lado, alguns estão contratando coordenadores de pausa no banheiro, porque com certeza o problema do Brasil é o excesso de tempo que o povão passa nos toaletes! Então, se não se importa de passar seu dia sentindo o cheiro dos dejetos dos outros, você pode ser pago dizendo pra homens e mulheres adultos se eles podem fazer cocô ou não.
Netflix tagger
Tenho certeza que esse é o emprego pra você! Um Netflix tagger tem a missão de assistir as pérolas mais obscuras do catálogo do Netflix e classificá-las e relacioná-las, como “dramas emocionais independentes pra românticos sem esperança” ou “romances latino-americanos censuráveis”. O tagger também precisa avaliar certos comentários dos usuários, como “humor negro” ou “cenas explícitas”, pra conferir a coerência. O Netflix tagger é basicamente o segredo por trás do algoritmo que diz o que você deve assistir ou não. Os valores não são revelados ao público, mas eu toparia assistir 8 horas de filmes e séries por dia até por um salário mínimo.
Coletor de urina de cervo
A indústria da urina é muito maior do que você pensa. A comissão pra cultivar urina de cervo varia entre 93 mil à 300 mil dólares por ano. Isso tudo por um produto que é desperdiçado pelas árvores e pelo mato mundo afora. Mas quem compra isso? Urina de cervo é uma excelente isca pros caçadores e os coletores já até desenvolveram métodos de armazenar e preservar a mercadoria pra estocar entre os períodos de caça. Sim, você divide o espaço e o oxigênio do planeta com pessoas que fazem dinheiro com isso. Tenha um bom dia.
Fonte: http://www.grunge.com/33080/easiest-jobs-world/