Para ‘Uber da China’, carro será serviço e não mais um bem

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Pedir um carro por aplicativo já é um gesto corriqueiro nas grandes cidades do Brasil. Entretanto, há quem acredite que isso seja só o começo de uma revolução no mercado de mobilidade.

Na China, já é possível usar o celular para compartilhar bicicletas, pedir uma carona de carro para quem trabalha perto de você ou pegar uma van da estação do metrô até em casa, sem ficar esperando no ponto de ônibus. Tudo isso dentro de um mesmo aplicativo: o da Didi Chuxing, empresa que é conhecida como “Uber chinês” e está avaliada em cerca de US$ 50 bilhões.

“O futuro da mobilidade ainda é cheio de oportunidades. Ninguém conseguiu dar conta de todas as oportunidades desse mercado”, avalia Gu Tao, vice-presidente de investimentos da Didi Chuxing.

“Só na China, há 800 milhões de viagens diárias de transporte. Nós, na Didi, só cuidamos de 25 milhões. Ainda há muito espaço. Isso para não falar no futuro com os carros autônomos”, completou.

‘Uber chinês’

Fundada em 2012, a Didi Chuxing se estabeleceu no mercado asiático após uma série de consolidações, em negociações que envolveram até a compra, por US$ 7 bilhões, do negócio local do Uber na China, em agosto de 2016. Paralelamente a isso, conquistou investidores do porte da Apple e dos japoneses da SoftBank.

A transação com o Uber deu força e reconhecimento internacional à empresa, que é acionista da brasileira 99, uma das principais rivais do Uber por aqui – no início de 2017, a Didi fez um dos maiores aportes da história em uma startup do País, investindo mais de US$ 100 milhões na 99.

Para Gu Tao, o mercado chinês e o brasileiro têm muito em comum. “Ambos têm urbanização rápida e enfrentam desafios gigantes, seja na demanda por mobilidade ou na regulação governamental.” A parceria entre a chinesa e a 99, diz ele, vai além do dinheiro – as empresas têm compartilhado dados e ideias para solucionar o problemas de transporte de cidades caóticas como Pequim ou São Paulo.

“A ideia de uma van, compartilhada, que te leve de casa ao metrô e vice-versa, resolvendo o problema da ‘última milha’, é algo que nós temos na China e pode funcionar no Brasil”, avalia o executivo – as duas empresas, porém, dizem que preferem dialogar com as autoridades antes de pôr o serviço na rua.



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