Pílula antiviral comum está conseguindo parar o vírus da Aids

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Muitas vezes as soluções vêm de onde menos se espera. Esse pode ser o caso do medicamento antiviral conhecido como Truvada, que está conseguindo parar o avanço do vírus da Aids. Estudos realizados por pesquisadores da Universidade de Novas Gales do Sul, na Austrália, tentam otimizar o efeito já comprovado do remédio, com a intenção de aplicá-lo especificamente no combate ao HIV.

A utilização do remédio já conseguiu diminuir em um terço a disseminação do vírus entre indivíduos do sexo masculino de orientação homossexual ou bissexual. “A velocidade do declínio que temos visto em novas infecções pelo HIV em homens gays e bissexuais é inédita no mundo. Esses números são os mais baixos registrados desde que a estatística do HIV começou em 1985”, diz Andrew Grulich, um dos principais autores do estudo.

O método de tratamento com a pílula antiviral é chamado de profilaxia pré-exposição (PrEP, na sigla em inglês) e consiste em um método preventivo. A droga vendida com o nome de Truvada é um composto de tenofovir, disoproxil e emtricitabina. Versões genéricas podem diminuir ainda mais o custo, que já é baixo e manter a eficiência.

“Embora conheçamos, há pelo menos três ou quatro anos, a eficácia da PrEP em nível individual, tem havido alguma reticência em todo o mundo por parte dos formuladores de políticas de financiar adequadamente o lançamento do PrEP porque o impacto na população geral não foi mostrado – e é isso que nos propusemos a fazer”, explica Grulich.

Vencendo uma guerra

A epidemia de Aids que assolou o mundo nos anos 80 e 90 já não é nem sombra do que foi um dia. O número de pessoas infectadas em 2017 ficou em torno de 1,8 milhão, enquanto no auge da epidemia a quantidade batia os 3 milhões anuais com facilidade. A expectativa de melhora é tão grande que os membros da ONU se comprometeram a parar totalmente a epidemia de Aids até 2030.

Para John F. Milligan, presidente da Gilead Sciences Inc, companhia responsável pela produção da pílula Truvada, descobertas como a desse medicamento tornarão a erradicação da epidemia ainda mais fácil. “Estou mais confiante agora de que os formuladores de políticas estão sendo muito inovadores ao pensar em como aumentar o acesso ao PrEP”, afirmou em relação ao tratamento.



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