Se alguém te perguntar onde fica a maior pirâmide do mundo, provavelmente você não excitará em dizer que ela está no Egito, reduto das construções faraônicas. Contudo, a mais extensa de todas está situada no México e fica quase toda debaixo da terra.
A Grande Pirâmide de Cholula, ou Pirâmide de Tepanapa, mede 54 metros de altura e sua base ocupa uma área de 18,2 hectares, totalizando um volume estimado de 3,3 milhões de m³, de acordo com dados do Guinness Book – O livro dos Recordes.
Isto, corresponde a 30% a mais do que a famosa Pirâmide de Quéops, no Egito (2.4 milhões de m³), o que faz do monumento o maior já construído em termos de volume. Em termos de altura, a construção egípcia é maior, são 146,5 metros.
A Pirâmide de Tepanapa está localizada na cidade Cholula (estado mexicano de Puebla), uma das antigas cidades ainda habitadas do México. Essa cidade foi erguida em volta da pirâmide e nos primórdios foi uma das mais importantes da civilização pré-colombiana.
Igreja construída sobre a pirâmide
Até o início dos anos 1900, não havia conhecimento concreto da existência da pirâmide. Como a vegetação tomou a construção, a população acreditava ser apenas um morro verde com algumas árvores. Além disso, sobre o topo está a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios.
A construção da igreja tem um motivo, ela foi erguida pelos colonizadores espanhóis no século XVI, como um ato simbólico da domínio espanhol e a primazia do cristianismo sobre a crença local.
Assim que a Espanha começou a exercer o domínio sobre as terras mexicanas, Cholula tinha uma população de cerca de 100.000 habitantes e possuía um intenso movimento de mercado.
As práticas religiosas locais eram fortes; Em 1519, a fim de banir o poder de Cholula, os espanhóis realizaram um grande ataque. Acredita-se que cerca de 3 mil pessoas foram mortas.
A partir do cume da pirâmide, na igreja, é possível ter uma boa visão do Vulcão Popocatépetl, atualmente em atividade.
A história da pirâmide
No idioma Náhuatl, civilização nativa do México, Cholula significa lugar de refúgio. Acredita-se que o nome faz referência à migração Tolteca-Chichimeca que ocorreu no primeiro século depois de Cristo.
Arqueólogos acreditam que a pirâmide foi construída em homenagem ao deus Quetzalcóatl, que simbolizava a vida e a abundância da vegetação. A construção levou 1.200 anos para ficar pronta, sendo modificada e ampliada por diferentes povos que habitaram a região entre os séculos 3 a.C. e 9 d.C.
De acordo com as pesquisas arqueológicas, quatro níveis sobrepostos formam a atual estrutura, que está parcialmente escavada, sendo possível visualizar apenas a sua base. O monumento atrai cerca 220 mil visitantes todos os anos.
A igreja é hoje patrimônio histórico da humanidade, não sendo permitidas escavações que comprometam sua estruturada. Dentro da pirâmide há 8 quilômetros de tuneis já escavados, dos quais 800 metros estão abertos para visitação.