Pequenos pedacinhos de plástico brilhante usados para decorar e enfeitar uma enorme variedade de coisas e aparentemente inofensivos. Por que então os cientistas querem que o glitter seja banido da face da Terra?
Trisia Fallery é professora de planejamento e ambiente na Universidade Massey, na Nova Zelândia. Em entrevista a CBS, ela explicou os motivos que a levam a se opor tanto ao aparentemente inofensivo glitter.
Segundo Fallery, o glitter é feito de pequenas partículas de plástico, com tamanho menor do que 5 milímetros, chamadas de microplástico. Esse material é especificamente um polímero chamado polietileno tereftalato, mais conhecido como Mylar ou PET, o mesmo material usado na fabricação de garrafas de refrigerante.
Os microplásticos são os grandes responsáveis pela grande quantidade de lixo nos oceanos do planeta. Um estudo de 2014 publicado no jornal Plos One, estima que existam atualmente 5,25 trilhões de pedaços de microplástico boiando nos oceanos. Esses pedaços significam cerca de 268.940 toneladas de lixo, ou 92,4% do total mundial.
Ilhas de lixo no oceano
A quantidade enorme de lixo nos oceanos se agrupa em ilhas gigantes. Uma dessas ilhas fica na porção norte do oceano Pacífico e tem o seu tamanho estimado em cerca de 680 mil quilômetros quadrados. Para efeitos de comparação, esse tamanho representa as áreas somadas dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro e continua crescendo.
O lixo nos oceanos, formado majoritariamente por pequenos pedaços de plástico é uma grande ameaça para a fauna marinha. Isso acontece porque vários animais acabam confundindo os detritos plásticos com alimento.
Um estudo publicado em 2016 no jornal Science mostrou que peixes asiáticos estão ocasionalmente trocando sua dieta natural por plástico, o que estaria prejudicando toda a sobrevivência da espécie a longo prazo. Há relatos de zooplâncton, micro-organismos que são a base da cadeia alimentar dos oceanos, se alimentando de microplástico.
