Por que discutir pelo Facebook não é bom, segundo a ciência

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Na era das redes sociais, as discussões e a polarização de opiniões são cada vez mais comuns. Mas a ciência explica que aquele argumento acalorado no Facebook acaba não sendo saudável para as relações humanas.

Uma pesquisa conduzida por psicólogos de Berkeley e da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, concluiu que até as pessoas mais tranquilas e pacatas no dia-a-dia podem se tornar verdadeiras feras enraivecidas no Facebook, dependendo do assunto da conversa.

O teste foi realizado com 297 pessoas. Foram mostrados a elas textos, áudios e vídeos que expressavam opiniões polêmicas sobre diversos assuntos, como música, política e aborto. Os voluntários, em seguida, deram notas para os comentários, classificando o nível de “humanidade” que consideram o emissor das opiniões.

Em geral, os resultados mostraram que as pessoas tendem a achar que as opiniões diferentes das suas são proferidas por pessoas menos inteligentes e intelectualmente inferiores. Porém, essa tendência se mostrou muito mais forte em relação às opiniões emitidas via texto.

Os especialistas explicam que isso acontece porque a opinião emitida por uma voz humana soa melhor ao interlocutor, que consegue captar nuances na tonalidade da voz e outras formas de expressão. Isso faz com que a pessoa que emite a opinião seja vista com mais humanidade.

Situação diferente acontece nas redes sociais, como o Facebook, onde as opiniões emitidas por texto nos parecem mais artificiais, e dificultam a associação entre o conteúdo e a pessoa de quem ela partiu. Isso gera uma imagem desumanizada daquela pessoa que insiste em elogiar aquele político que você abomina.

A terceira guerra mundial será travada nas redes sociais

Juliana Schroeder é uma das pesquisadoras envolvidas no teste. Ela falou ao Washington Post sobre como aquela clássica chuva de ofensas no Facebook funciona como um ciclo. “A tecnologia está tornando nossas interações mais baseadas em texto. A maior parte das pessoas recebe suas notícias por meio das redes sociais. É fácil imaginar como isso se torna cíclico: desumanização leva a mais polarização que leva a mais desumanização”, diz.

No Brasil, alguns grupos e páginas de redes sociais não raramente se tornam verdadeiras arenas de falta de educação e bizarrice, principalmente quando o assunto tratado envolve religião, futebol e política.



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