Da próxima vez que sua mãe te chamar pelo nome do seu irmão, não fique bravo – provavelmente, ela não está fazendo isso porque acha que você se parece com ele.
Chamar alguém de forma errada ocorre com maior frequência do que se imagina. Mas os nomes incorretos não são escolhidos aleatoriamente – em vez disso, eles tendem a seguir certos padrões, de acordo com um novo estudo publicado recentemente pela revista “Memory & Cognition”.
Os pesquisadores descobriram que quando uma pessoa chama alguém pelo nome errado, ela tende a usar a nomeação de alguém do mesmo grupo social. Ela também pode chamar alguém por um nome que soe semelhante. A aparência física é o que menos influencia nessa troca.
A pesquisa
Os pesquisadores realizaram cinco pesquisas com mais de 1,7 mil pessoas. Eles incluíram participantes que foram chamados por nomes errados ou por nomes de outra pessoa da família. Em todos os casos, os participantes conheciam bem a pessoa que errou o nome.
Os pesquisadores acabaram descobrindo que, muitas vezes, o nome incorreto era de uma pessoa do mesmo grupo social. Por exemplo, membros da família que chamam outros membros por um nome que pertence a outro familiar. Com isso, é normal que sua mãe possa acabar te chamando você por todos os nomes de seus irmãos, antes de acertar seu nome. Da mesma forma, os amigos podem chamar uns aos outros pelo nome de um outro amigo do grupo.
“Misnaming”
Esse erro é conhecido pela ciência como “misnaming” ou “errar o nome”. É um erro cognitivo normal que cometemos. Ele revela quem nós consideramos ser do nosso grupo, diz David Rubin, professor de psicologia e neurociência na Universidade de Duke e um dos autores do estudo.
Nomes que soam semelhante também são frequentemente responsáveis por essa confusão. Conforme destacado anteriormente, a aparência física de uma pessoa é o fator menos importante para isso.
Nem mesmo o envelhecimento parece influenciar quando uma pessoa chama outra pelo nome errado. No estudo, foram entrevistados grupos de estudantes e grupos de indivíduos mais velhos. O erro ocorreu com a mesma frequência em ambos os grupos.
Nome de animais
Os pesquisadores não limitaram o estudo apenas a nomes humanos – nomes de animais também foram incluídos nas pesquisas. Em 42 casos, participantes relataram que foram chamados pelo nome de um animal de estimação ou chamaram alguém pelo o nome de um animal de estimação. Mas em todos os casos, exceto em um, o nome do animal de estimação foi trocado pelo nome de um membro da família.
Curiosamente, chamar um membro da família pelo nome do cachorro era muito mais comum do que chamar um membro da família pelo do gato, o que sugere que os cães são agrupados com outros membros da família mais do que outros animais de estimação.
Mas há uma maneira simples de explicar este fenômeno. Os cães respondem a seus nomes muito mais do que gatos, logo, o uso é mais frequente com caninos, de acordo com Samantha Deffler, Ph.D. na Universidade de Duke e principal autora do estudo.
