O horário de verão já começou em várias partes do Brasil. Os relógios foram adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Neste ano, o horário de verão vigora do dia 16 de outubro até 19 de fevereiro. A medida tem o intuito de proporcionar economia de energia para o Brasil, com uma redução de consumo entre o período de pico – das 18h e 21h.
Há quem adore o horário de verão, por deixar o dia mais iluminado até um pouco mais tarde. E há quem não goste, especialmente porque não consegue se adaptar à medida ou porque precisa acordar cedo, em um ambiente mais escuro que o normal.
Aqueles que reclamam da dificuldade de adaptação ao horário diferenciado não estão errados. Demora, de fato, para que o corpo humano enquadre seu funcionamento ao novo contexto.
Um estudo realizado recentemente no Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e Ritos Biológicos, vinculado ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, descobriu quanto tempo é necessário para que o corpo humano se adapte ao horário de verão. Não demora tanto, mas é o suficiente para causar algum estresse.
Segundo a pesquisa, o corpo humano precisa de pelo menos 14 dias para se adaptar totalmente ao horário de verão. Até que a adequação ocorra por completo, é comum que pessoas sofram com sono fragmento e falta de atenção e de memória.
Por que isso acontece no horário de verão?
Entrevistado pela BBC Brasil, o pesquisador Guilherme Silva Umemura apresentou algumas justificativas para a demora na adaptação corporal ao horário de verão. Além da óbvia modificação no relógio e ajuste necessário na hora de acordar e de dormir, o ser humano também sente em sua temperatura.
De acordo com Umemura, a temperatura corporal começa a subir mais cedo no horário de verão. Com isso, os ritmos de atividade e do repouso começam a ser afetados e desestabilizados, que podem causar distúrbios de sono, fadiga, déficit de atenção, entre outros problemas.
Na maior parte dos casos, as pessoas se acostumam no período de 14 dias, considerado o mínimo necessário pela pesquisa. Há quem se adapte antes, mas há quem siga com o problema por mais dias.
Segundo Umemura, existem pessoas que sofrem com a falta de adaptação até o fim do horário de verão. Pessoas com rotinas mais rígidas são as mais afetadas por isso.
Dicas para adaptação
Há duas dicas para quem está com problemas de adaptação ao horário de verão.
A primeira é dormir com a janela aberta, para quem dispõe de grades e não enfrenta problemas de barulho nos arredores. A ideia é que a luz natural colabore com o despertar mais cedo.
A segunda, mais sutil e recomendada para quem tem a rotina mais flexível, é acordar 15 minutos mais cedo todos os dias, até chegar ao horário desejado. Com isso, a transição ocorre mais lentamente.