Um satélite russo vem tirando o sono do governo dos Estados Unidos. Os americanos alegam que ele apresenta um comportamento incomum, o que levanta suspeitas de atividades militares ou testes secretos por parte da Rússia. O governo de Putin nega as acusações, afirmando que as queixas dos americanos são pura especulação política.
O governo dos Estados Unidos manifestou publicamente a preocupação com o satélite russo durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desarmamento, ocorrida na Suiça. Na ocasião, Yleem Poblete, secretária do departamento de estado americano, afirmou apenas que o objeto está apresentando um comportamento incomum, sem deixar muito claro o que seria esse comportamento e mesmo a qual satélite se referia.
No entanto, sabe-se que a secretária falava do satélite Kosmos-2519, lançado em 2017. Os Estados Unidos afirmam não saber exatamente o que o objeto está fazendo, mas as suspeitas são de que a Rússia estaria realizando testes para armas antissatélites, o que abre um leque de possibilidades que vão desde tecnologias envolvendo lasers até mísseis usados para derrubar satélites, similar aos já testados pela China em 2007 e pelos próprios Estados Unidos em 1985.
A denúncia americana, embora desacreditada pela comunidade científica, pode ser um primeiro passo para uma nova edição da Guerra Fria, porém dessa vez com a corrida armamentista acontecendo no espaço.
Guerra fria espacial
A Rússia nega as acusações americanas, chamando-as de calúnias e especialistas em tecnologia de satélites e armamentista também não parecem acreditar muito no que afirma o governo dos Estados Unidos. Segundo alguns, a inteligência americana teria condições de descobrir exatamente o que faz o Kosmos-2519, dessa forma, tudo não passaria de um blefe.
O presidente americano Donald Trump já manifestou a vontade de criar um novo ramo das forças armadas para operar no espaço, uma chamada Força Espacial. A ideia ainda não possui muitos apoiadores e levantar hipóteses como essa acerca do satélite russo poderia fazer com que mais camadas do governo e do exército americano aderissem ao projeto.