Viver em um mundo pós-apocalíptico é algo que jamais esperamos que aconteça no planeta e esperamos que fique restrito apenas a trabalhos de ficção científica. No entanto, vale lembrar que nosso planeta, no alto de seus bilhões de anos, já passou por eventos terríveis que quase colocaram nossa existência em perigo, já que muitas catástrofes quase dizimaram nossos antepassados.
Confira abaixo 10 eventos que quase mataram nossos ancestrais.
Uma seca de milhares de anos
Um estudo feito em 2007 pela Universidade de Arizona, nos EUA, afirmou que entre 135 mil e 90 mil anos atrás, época em que os humanos deixaram a África e procuraram outros locais para morar, o continente passou por uma seca que durou milhares de anos. Lagos e a vegetação desaparecerem e o Deserto do Saara só aumentou de tamanho.
Outro estudo feito em 2008 mostrou que durante essa mega seca, apenas duas mil pessoas viviam na África, dividas em pequenos grupos, que realmente travaram uma enorme batalha para sobreviver a uma condição tão extrema como essa.
A gripe espanhola
Apesar do nome, a gripe espanhola não surgiu na Espanha (ela só é chamada assim por conta da grande atenção dada pela mídia espanhola). Ele teve início em um campo militar dos EUA no estado do Kansas, quando um único soldado precisou de tratamento médico no dia 4 de março de 2018. 18 meses depois, um terço da população mundial foi infectada e 100 milhões de pessoas morreram, causando um dos eventos mais famosos da história.
A gripe espanhola atingiu desde países populosos, como a Índia, até ilhas remotas. A doença chegou a este ponto pelo simples movimento de muitos exércitos ao redor do planeta nesta época.
As pessoas mais suscetíveis à doença eram adultos entre 20 e 40 anos, que foram as principais vítimas da gripe espanhola.
Colombo quase dizimou populações
Sim, Cristóvão Colombo foi muito importante e marcou seu nome na história ao descobrir o continente americano. No entanto, durante suas viagens, ele quase dizimou, mesmo que sem querer, vários povos.
Em sua viagem que resultou no descobrimento da América, Colombo, seus homens e os animais que os acompanhavam carregavam doenças como gripe, sarampo e varíola. E quando chegaram a esse novo mundo, transmitiram as enfermidades para os nativos do local, que não tinham imunidade contra elas.
Por exemplo, na ilha de Hispaniola, onde hoje fica a República Dominicana, dos 250 mil indígenas do local, apenas 14 mil sobreviveram à chegada de Colombo e seus homens.
E o oposto também aconteceu. Quando voltava do Oriente, Colombo e seus homens trouxeram doenças como tuberculose e uma forma mais agressiva da sífilis para a Europa.
A Peste Negra
A Peste Negra é um dos eventos mais conhecidos da história. Estimativas afirmam que entre 50 e 75 milhões de pessoas morreram por conta da doença. Acredita-se que três quartos da população da cidade italiana de Florença foram dessa para melhor, por exemplo.
Sim, esse acontecimento foi importante para alertar as pessoas da importância do saneamento básico, mas causou outros problemas além de mortes. Os judeus receberam a culpa de muita gente e voltaram a ser perseguidos, além do fato de que com tantas mortes, faltou mão de obra para muitas coisas.
Na ilha da Irlanda, por exemplo, muita gente morreu de fome, incluindo muitas crianças, o que complicou até mesmo o processo de repovoamento do local.
O inverno mais longo da história
Tem gente que acha que as mudanças climáticas são uma invenção de cientistas, mas ela já causou sérios problemas no planeta há 195 mil anos, resultando em um inverno que durou 72 mil anos e transformou a África em um bloco de gelo.
De acordo com a Scientific American, apenas 10 mil humanos viviam nesta época, mas apenas algumas centenas sobreviveram e precisaram repovoar o planeta. Nessa época, nossos ancestrais precisaram morar em cavernas e se alimentar de plantas, mexilhões e caracóis.
No entanto, um dos eventos mais terríveis para a humanidade teve um lado positivo: forçou nossos ancestrais a desenvolverem seu pensamento cognitivo para sobreviver, o que ajudou em nossa evolução.
O “paciente zero” do Ebola
O Ebola ainda está à solta pelo planeta e causa pânico sempre que aparece. Mas a situação foi ainda pior na primeira vez em que causou uma epidemia.
A doença apareceu pela primeira vez na vila de Yambuku, no então Zaire (atual República Democrática do Congo), e apesar do Ebola não ter deixado o local, causou a morte de 88% da população do local.
O chamado “Paciente Zero” foi um homem adulto que foi hospitalizado e acabou transmitindo a doença para outras pessoas, que morreram em questão de uma semana. Em seguida, uma freira belga que cuidava dos pacientes também morreu e a área logo entrou em quarentena.
Sim, o número de mortes foi bem alto, mas se não tivesse sido feito rapidamente, todo o vilarejo poderia ter morrido em decorrência do Ebola.
O evento de 4,2 km de aridificação
Várias civilizações antigas desapareceram do mapa, como os egípcios, os mesopotâmios e os Liangzhu, na China. E tudo foi culpa do chamado evento de 4,2 km de aridificação.
Essencialmente, esse acontecimento de nome estranho causou uma enorme seca em várias partes do mundo e resultou em diversas migrações em massa para outras partes do planeta. Pesquisadores da Universidade de Cambrigde, no Reino Unido, afirmaram que uma temporada ruim das famosas monções (época caracterizada por chuvas intensas na Ásia) resultou em condições climáticas muito secas.
Não é possível precisar o número de mortes por conta de um dos eventos mais catastróficos da história da humanidade, mas muitos especialistas acreditam que foi a causa do desaparecimento de muitas civilizações antigas.
Os eventos de cocoliztli
Quando os espanhóis chegaram até a América e deram início ao processo de colonização dos povos locais, eles também trouxeram doenças que mataram quase 80% dos nativos.
Uma doença, em especial, ganhou o nome de “cocoliztli”, que significa “pestilência” na linguagem dos astecas, segundo o jornal The Washington Post. Alguns frades que vieram ajudar no processo de colonização chegavam a afirmar que os sobreviventes passavam o dia todo cavando covas para enterrar os mortos.
Os sintomas incluíam febre, delírio e convulsões. A urina das vítimas tinha uma cor esverdeada ou negra, a pele ficava amarelada e o sangue ficava verde ou muito pálido. Até hoje, cientistas não sabem precisar o que era exatamente essa doença.
Os cometas de Bonilla
Em 1886, o astrônomo Jose Bonilla publicou algumas observações que fez do céu três anos antes. Em 12 e 13 de agosto, contou em torno de 3,275 mil objetos próximos do sol em um período de três horas.
Na época, muitos acharam que Bonilla tinha visto apenas um grupo grande de pássaros no céu, Só que a Space Safety Magazine divulgou que pesquisas feitas um século depois revelaram que se tratava de fragmentos de um cometa de bilhões de toneladas que se aproximou da Terra.
Bonilla foi o único a testemunhar o fato por estar no local correto para visualizar esses fragmentos, que passaram a uma distância de apenas 8 mil quilômetros do planeta. Se eles tivessem acertado a Terra, seria um dos eventos mais catastróficos da história.
A erupção do Laki
Em 2010, um vulcão na Islândia causou verdadeiros problemas no continente europeu, resultando no cancelamento de voos por todo o continente. Mas outra erupção, que aconteceu em 8 de junho de 1783, foi muito, mas muito pior.
Segundo a BBC, 50 mil pessoas moravam na Islândia nessa época. Mas um quinto delas morreu após a erupção da fissura vulcânica Laki, além de ceifar a vida de muitos animais.
Aqueles que não pereceram por consequência direta da erupção acabaram morrendo intoxicados pela fumaça ou de fome.
E os efeitos também foram sentidos fora da Islândia. Uma nuvem de gases tóxicos parou em cima da Europa e resultou em muita chuva ácida. Acredita-se que 20 mil pessoas morreram no Reino Unido por conta da erupção do Laki. E essa nuvem chegou até mesmo a afetar o clima na Península Arábica e na Índia, então o número de mortes pode ser bem maior.
Fonte: Grunge