No filme ‘Independence Day: O Ressurgimento‘, que estreou recentemente nos cinemas, a Terra está novamente sob ataque de alienígenas e a raça humana se prepara para uma batalha épica contra uma raça hostil. Mas quão realista é a ideia de que aliens vêm ao nosso planeta com o único objetivo de nos destruir? O que os especialistas dizem?
Vinte anos atrás, no primeiro filme ‘Independence Day’, os personagens Steve Hiller e David Levinson, interpretados pelos atores Will Smith e Jeff Goldblum, se infiltraram na nave mãe alienígena e usaram um vírus de computador (presumivelmente escrito em uma linguagem de computador da terra) para desativar os escudos das naves e salvar a humanidade. Já neste segundo filme, desde a primeira invasão, as nações da Terra criam um enorme programa planetário de defesa para proteger o planeta de um possível novo ataque, mas que pode não ser o suficiente para defender a raça humana quando os extraterrestres voltarem.
O renomado físico Stephen Hawking tem repetidamente dito que tem medo de que, um dia, alienígenas acabem com a raça humana da mesma forma como nós exterminamos um formigueiro.
Em 2015, Hawking co-lançou uma iniciativa chamada “Breakthrough Listen”, que tem como objetivo procurar por sinais de comunicação alienígenas fora do cosmos e, eventualmente, transmitir sinais da raça humana. O objetivo é possibilitar uma comunicação em todo o universo.
Segundo Hawking, não sabemos muito sobre alienígenas, mas conhecemos bem os seres humanos. Se olharmos pela nossa história, o contato entre humanos e formas de vida menos inteligentes têm sido muitas vezes desastroso, do ponto de vista da forma de vida “inferior”.
Como bem sabemos, o encontro entre duas civilizações, uma mais avançada e outra mais primitiva, foi prejudicial para aquela menos evoluída. Se uma sociedade captar uma de nossas mensagens, ela pode muito bem estar a bilhões de anos a nossa frente em termos de avanço tecnológico. Ela pode ser muito mais poderosa do que nós e não nos entender como espécies valiosas.
Será que alienígenas nós fariam mal?
Invasões alienígenas à Terra não são novidade na ficção cientifica. Um dos exemplos mais famosos é o livro ‘Guerra dos Mundos’, um clássico do século XIX, do famoso escritor H. G. Wells, adaptado para um filme de mesmo nome, lançado em 2005, com o ator Tom Cruise. Nesse longa, basicamente, máquinas alienígenas começam a surgir do chão de várias cidades para incinerar seres humanos.
Mas há alguns filmes que retratam os alienígenas como seres benignos, como no filme de 1997, ‘Contato‘, baseado em um livro de 1980 escrito pelo renomado cientista Carl Sagan. Um sinal começa a transmitir números primos, que a equipe da protagonista (interpretada pela atriz Jodie Foster), tenta decodificar. Sem entrar em muitos detalhes, é possível dizer que esse contato não é nenhuma invasão com propósito de exterminar a raça humana.
Esta visão de esperança é algo que a comunicadora cientifica Ann Druyan, viúva de Carl Sagan, compartilha. É, também, o entendimento do astrônomo Jill Tarter, ex-diretor do projeto SETI, que foi a usada usada de base para o filme.
Podemos chegar a um ponto em que, no nosso futuro, superaríamos nossa bagagem evolutiva e evoluiríamos, nos tornando menos autodestrutivos e cegos. A esperança é que civilizações extraterrestres não sejam apenas tecnologicamente mais evoluídas do que nós, mas também mais conscientes da raridade e da preciosidade que é vida no cosmos. (Leia também: Será que devemos mesmo enviar mensagens ao espaço?)
O polêmico projeto SETI
Atualmente existem três sondas se dirigindo para fora do sistema solar – uma delas é chamada de Pioneer e a outras duas de Voyager – contendo mapas que apontam o caminho de volta à Terra. Também existem iniciativas de colocar mensagens que possam ser captadas por alguma vida alienígena inteligente. Quando a sonda New Horizons da NASA terminar seus trabalho em Plutão, algumas pessoas esperam que sejam criadas mensagens em colaboração para que os alienígenas possam fazer o “upload” delas para seus “discos rígidos”.
Alguns pesquisadores, no entanto, não têm certeza de que mudar os esforços do SETI (que consiste apenas em captar sinais do espaço) seja uma boa ideia – isso porque existe um projeto chamado de “SETI ativo”, que tem como objetivo enviar mensagens para o espaço.
As pessoas que defendem o SETI Ativo romperam com o proposito convencional do projeto SETI original, que busca apenas ouvir e não transmitir sinais. Essa mudança no rumo pode ter sido impulsionada pela impaciência de pessoas mais jovens dentro da equipe do projeto SETI, após 40 anos de pesquisas mal sucedidas.
Alguns cientistas mais relutantes dizem que o SETI Ativo não é ciência, é uma tentativa de provocar uma resposta de uma “sociedade estrangeira” (no caso, uma possível raça alienígena), cujas capacidades e intenções não são conhecidas por nós.
“Se eles forem raças destrutivas, realmente uma ameaça para nós, eles podem nos causar danos mesmo a distâncias interestelares”, disse Douglas Vakoch, director do Instituto SETI.
Mas será que essa enorme distância entre a Terra e outras possíveis civilizações, não é uma especie de escudo para outras raças, que não nos quererem, exatamente, tão perto? Tudo é possível quando falamos sobre a fronteira final que nos separa do desconhecido.