Uma nova imagem impressionante de Saturno revelou diversas ondas de nuvens agitando os céus do planeta. A imagem foi capturada pela sonda Cassini, que estava a 1.2 milhões de quilômetros da superfície do planeta, e mostrou a essência turbulenta das nuvens do local, que se movem em diferentes velocidades e direções.
A Cassini iniciou a fase final de sua missão esta semana, executando a primeira de 5 aproximações que fará nas proximidades do enorme gigante de gás.
A imagem de falsa cor, que foi divulgada pela NASA, foi capturada pelas câmeras da Cassini no último dia 18 de maio. O instrumento utiliza uma combinação de filtros especiais para admitir, preferencialmente, diferentes onde de quase luz infrevermelha.
“Grupos vizinhos de nuvens se movem em diferente velocidades e direções, dependendo de suas latitudes. Isso gera uma turbulência onde elas se encontram e cria uma estrutura ondulada em suas interfaces”, explicou a NASA.
No início dessa semana, a Cassini também enviou novas e impressionantes imagens de Titã, a maior lua de Saturno, enquanto se prepara para encerrar sua missão de 20 anos. É possível ver a superfície do corpo celeste com detalhes incríveis, bem como sua atmosfera, que está sempre mudando.
Na madrugada da última segunda-feira (14), a sonda executou a primeira de suas cinco passagens muito próximas de Saturno. As informações sobre a manobra devem chegar à Terra amanhã (16), e a NASA espera que elas possam oferecer mais dados sobre a composição química do gigante gasoso.
As imagens sobre Titã foram capturadas no final da última semana, após a Cassini passar por dentro da névoa de hidrocarbonetos que está em volta da lua. Além disso, as imagens mostraram sua atmosfera, que está sempre mudando, já que ela “copia” a aparência de nuvens e névoas com o passar dos anos. Essas fotos impressionantes foram tiradas a uma distância de 986 mil km de Titã.
Durante os 13 anos em que orbitou Saturno, a Cassini fez 127 voo próximos de Titã, além de diversas observações mais distantes que foram realizadas. Em sua missão, a Cassini conseguiu investigar, aproximadamente, 67% da superfície da lua, além de adicionar mais alguns detalhes para ajudar a construir o perfil do satélite.
“Agora que a Cassini completou sua investigação de Titã, temos detalhes suficientes para ver como que Titã é como um mundo, globalmente”, disse Steve Wall, um dos líderes do projeto Cassini dentro da NASA.
Cientistas agora possuem dados suficientes para entender a distribuição das características da superfície de Titã e o comportamento de sua atmosfera com o tempo.
Agora, a equipe estuda se irá utilizar os propulsores da Cassini com apenas parte ou com toda sua força. Caso seja possível o último caso, a sonda conseguirá fazer um voo ainda mais próximo e conseguir dados ainda melhores sobre as nuvens de Saturno.
“Sempre foi um objetivo, na exploração planetária, enviar uma sonda para a atmosfera de Saturno, e estamos construindo o terreno para o futuro da exploração”, disse Linda Spilker, uma das cientistas do projeto Cassini.
Um espectrômeto irá investigar a atmosfera, enquanto que outros instrumentos irão capturar imagens em alta resolução das auroras de Saturno, temperatura e os vórtices localizados nos pólos do planeta, segundo a NASA.
O radar da sonda conseguirá olhar a fundo a atmosfera do planeta para observar características que estão em um alcance de 16 milhas (25 km). Isso é 100 vezes menor do que a Cassini conseguia alcançar anteriormente.
Em 11 de setembro, a Cassini fará um salto gravitacional enquanto se encontra Titã, diminuirá sua órbita em torno de Saturno e iniciará sua viagem para se desintegrar na atmosfera do gigante gasoso.
Em 15 de setembro, a sonda iniciará seu voo final. Nesse tempo, sete instrumentos serão ligados e irão monitorar o ambiente em tempo real enquanto a Cassini mergulha a uma altitude onde a densidade é duas vezes maior do que aquela que vivenciou em suas órbitas finais. E é aí que sua missão se encerrará.
“Uma vez que a Cassini chegar a esse ponto, seus propulsores não conseguirão fugir do empurrão da atmosfera de Saturno para manter a antena da nave apontada para a Terra, e o contato será perdido permanentemente”, explicou a NASA.
“A nave espacial irá quebrar igual a um meteoro momentos depois, encerrando sua longa e recompensante jornada”, concluiu a agência espacial.