Vários países do mundo possuem unidades especiais de forças armadas, verdadeiras tropas de elite. Nenhuma delas é maior ou mais secreta do que a Spetsnaz russa.
A tropa é praticamente uma sociedade secreta, mas ao mesmo tempo possui um contingente maior do que qualquer outra unidade do tipo no mundo. Suas raízes remontam aos tempos da Segunda Guerra Mundial.
Se o nome Spetsnaz parece complicado, é bom lembrar que ele é uma abreviação. O nome oficial da unidade é Voyska spetsialnogo naznacheniya, que pode ser literalmente traduzido como “unidades com funções especiais”, um nome propositalmente genérico, para confundir sobre as reais ações do grupo de soldados.
Em tempos de paz, seu efetivo varia entre 27 e 30 mil soldados.
As origens da Spetsnaz não são tão claras, mas podem ser traçadas a unidades especiais da União Soviética surgidas no final da Segunda Guerra Mundial.
Eram tropas já voltadas para missões especiais, que iam de sabotagens a sequestros, sempre com a intenção de surpreender o inimigo a qualquer custo. Essas tropas pré-Spetsnaz eram subordinadas à GRU, o serviço de inteligência militar da URSS.
A existência em si da tropa só foi confirmada pelo governo soviético em 1980, após uma operação bem-sucedida da Spetsnaz no Afeganistão. Mesmo depois da dissolução da URSS, a unidade continuou existindo e até hoje é tratada com extrema discrição pelo atual governo russo.
A maioria dos integrantes da tropa prefere não ostentar nenhuma insígnia ou detalhe que indique sua participação nas operações deles.
Unidades de dissuasão
As tropas Spetsnaz são também chamadas de “unidades de dissuasão”, o que explica um pouco sobre seu modus operandi. A ideia é executar missões que surpreendam o inimigo, fazendo-o recuar ou mudar o rumo de disputas, praticamente “obrigando” o adversário a negociar algum tipo de trégua ou rendição com a Rússia.
Não se sabe muito sobre as missões em que essas tropas são usadas. Alguns exemplos são a revolução no Afeganistão, em 1979, a chamada Primavera de Praga, na Tchecoslováquia, em 1968 e mais recentemente a morte do espião dissidente russo Alexander Litvinenko, em Londres, por envenenamento.
Uma das principais habilidades da tropa de elite russa é a infiltração de agentes secretos em território estrangeiro, seja por desembarque de paraquedas em algum local remoto, ou o uso de identidades falsas e disfarces para vazar qualquer fronteira ao redor do mundo.