Os coalas não são apenas fofos, mas possuem também superpoderes. Eles basicamente se alimentam de um veneno que não os afeta, embora seja mortal para a maioria dos outros animais, mesmo os da peculiar e às vezes assustadora fauna da Austrália, da qual o simpático coala faz parte.
O tal veneno é a grande quantidade de toxinas presentes nas folhas de eucalipto, que constituem a dieta dos coalas. Só eles se alimentam dessas folhas pelo simples motivo de que qualquer outro animal morreria ao ingeri-las. Os coalas são equipados com um fígado turbinado, que remove as toxinas do corpo com muito mais eficiência e torna a alimentação segura.
Essa e outras descobertas foram possíveis graças ao sequenciamento dos genes da espécie, feita pelo Centro Australiano de Genômica da Vida Selvagem. Além do “super-fígado”, os coalas possuem também um “super-paladar”. Com apenas uma lambida, eles são capazes de determinar quais folhas ou algas são mais nutritivas para eles. É como fazer o download da tabela nutricional de um alimento simplesmente lambendo-o.
Os coalas adquiriram esses “superpoderes” ao longo de milhares de anos de evolução e entender como eles funcionam através do sequenciamento dos genes pode ajudar a salvar essa espécie, que apesar dessas habilidades especiais, está correndo risco de extinção.
Desmatamento e doenças: a kryptonita dos coalas
Os coalas correm risco de extinção na Austrália principalmente devido a dois fatores. O primeiro é o desmatamento e incêndios das florestas de eucalipto, local onde vivem e onde obtém seu alimento. Hoje em dia apenas cerca de 43 mil coalas vivem soltos na natureza.
O segundo fator é a clamídia, uma doença sexualmente transmissível que atinge praticamente metade dos coalas vivos. Ela pode causar cegueira, infertilidade e levar à morte dos coalas. O sequenciamento do genoma desses animais visa entender a relação deles com a doença e possibilitar uma vacina que possa salvar a espécie da extinção.