Não é difícil encontrar argumentos para justificar uma dieta baseada em alimentos vegetarianos do ponto de vista da saúde. Mas e a nível ambiental? A verdade é que o veganismo realmente tem mais pontos positivos do que negativos, mas os negativos continuam existindo, assim como o consumo de carne também não é totalmente ruim.
Cientistas do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), na Colômbia, se questionaram o que aconteceria se todos os habitantes da Terra resolvessem se tornar vegetarianos. Em parceria com pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, foi feito um modelo de computador, estimando que todas as pessoas virariam vegetarianas até 2050. E o impacto positivo no meio ambiente seria muito notável.
Hoje a produção de alimentos, principalmente a pecuária, é responsável por algo entre 25 e 30% da emissão de gases estufa. Em um mundo vegetariano, essa emissão cairia em até 70%. Os cientistas afirmam que, na verdade, uma simples diminuição no consumo de carne já faria bastante diferença.
Além da emissão de gases, o fim do consumo de carne também provocaria uma revolução no espaço usado para a produção de alimentos. Hoje, dos 5 bilhões de hectares de terra usados com essa finalidade, 68% são ocupados pela pecuária. Esse espaço poderia ser dividido entre a produção de mais vegetais e o reflorestamento de certas áreas, algo que traria inúmeros benefícios para o planeta.
Inviabilidade
É claro que tudo isso acaba sendo, infelizmente, utópico, por uma série de motivos. A principal justificativa dos carnívoros é o impacto econômico. As pessoas que dependem da criação de gado direta ou indiretamente perderiam seus empregos, gerando uma crise econômica sem precedentes, a nível global.
Existe também a questão cultural. Povos nômades, que vivem dos animais que viajam junto com eles, jamais abririam mão do consumo de carne, bem como certas culturas e países que tem no consumo de carne a base de sua gastronomia, muitas vezes a responsável por atrair turistas. Tudo isso faz parte de uma rede econômica e cultural que é muito difícil de ser rompida.