Fruto de uma intensa miscigenação, o brasileiro tem de tudo um pouco. A mistura entre etnias é um dos pontos cruciais para o charme peculiar de quem é concebido no Brasil.
No entanto, entre as diversas etnias que se miscigenaram para dar origem ao brasileiro, nenhuma delas tinha a altura como um ponto forte. É o que comprova uma recente pesquisa, realizada pela revista eLife.
A publicação fez um mapeamento com tendências de crescimento em altura de 187 países, entre 1914 e 2014, dado mais atualizado. Ou seja: 100 anos de amostra para a apuração.
De acordo com a pesquisa, o homem brasileiro tem, em média, 1,73 m. Já a mulher conta com 1,60 m. Em 100 anos, ambos registraram o mesmo crescimento: 8,6 cm na altura média.
Entre representantes do sexo masculino, o mais alto é da Holanda, com altura média de 1,83 m, e o mais baixo é do Timor Leste, com 1,60 m. Já no sexo feminino, a mais alta é da Letônia, com 1,70 m em média, e a mais baixa é da Guatemala, com menos de 1,50 m.
No quadro de homens, o Brasil fica em 68° na lista de altura. Já no âmbito feminino, o país ocupa a 71ª posição.
O que define a altura?
Ao longo dos 100 últimos anos, a altura média em todo o mundo sofreu modificações consideráveis. No Brasil, por exemplo, houve um crescimento já mencionado de 8,6 cm da população. Nos Estados Unidos, homens e mulheres cresceram 6 e 5 cm, respectivamente.
O leste da Ásia – Japão, China e Coreia do Sul -, foi a região com o maior índice de crescimento médio. Já o aumento no sul da Ásia – Índia e Paquistão – e África subsaariana não houve aumento de altura considerável. Nesses trechos, a média de crescimento foi de 1 cm a 6 cm em um século.
A genética é capaz de explicar as variações de altura pelo mundo, mas o DNA, de acordo com a pesquisa, pode não ser o principal motivador dessas alterações. Padrões elevados de saúde, saneamento, nutrição, saúde de mães e alimentação durante a gravidez são os fatores principais nesse quesito.
“Cerca de um terço da explicação está nos genes. Mas isso não explica a mudança ao longo do tempo. Os genes não se alteram tão rápido e não variam muito no planeta. Então mudanças no tempo e variações pelo mundo são, em grande parte, ambientais”, disse o cientista Majid Ezzati, em entrevista à BBC.
Quanto mais alto, mais vive?
Outra pesquisa, também recente, apnota que pessoas altas tendem a viver mais, com menor risco de doenças cardiovasculares. No entanto, elas estão mais expostas a alguns tipos de cânceres, como colorretal, no ovário e de mama pós-menopausa.
Ranking – homens mais altos
1. Holanda
2. Bélgica
3. Estônia
4. Letônia
5. Dinamarca
6. Bósnia-Herzegovina
7. Croácia
8. Sérvia
9. Islândia
10. República Tcheca
(Brasil está em 68°)
Ranking – mulheres mais altas
1. Letônia
2. Holanda
3. Estônia
4. República Checa
5. Sérvia
6. Eslováquia
7. Dinamarca
8. Lituânia
9. Belarus
10. Ucrânia
(Brasil está em 71°)