A procura por vida fora da Terra pode ter sua primeira descoberta bem mais perto do imaginamos, no planeta Vênus, um dos nossos vizinhos.
Após olhar para as estrelas e galáxias distantes, astrônomos descobriram na atmosfera venusiana a presença de um tipo específico de gás que só pode ser obtido de duas formas: artificialmente, em laboratório, ou através de microrganismos.
A substância, conhecida como fosfina, foi encontrada na atmosfera de Vênus, a cerca de 50 quilômetros da superfície do planeta.
Na Terra, ela é conhecida por ser produzida por microrganismos que vivem no sistema digestivo de alguns animais e também em pântanos. Também é possível sintetizá-la em laboratório.
Pesquisadores da Universidade de Cardiff, no País de Gales, atualmente se debruçam sobre os dados obtidos sobre a fosfina venusiana e não encontraram até agora uma hipótese que explique sua presença sem organismos vivos.
A quantidade de fosfina descoberta é pequena, mas relevante, logo, ela é tratada como um forte indício de vida extraterrestre.
Químicos e outros cientistas até agora não conseguiram pensar em uma forma da fosfina ter chegado até ali, mas por outro lado, as bactérias ou microrganismos possivelmente responsáveis por ela também seriam um mistério.
Acontece que as nuvens de Vênus são feitas basicamente de ácido sulfúrico, altamente corrosivo e danoso aos seres vivos que conhecemos na Terra.
O microrganismo venusiano fabricante de fosfina teria que ter uma espécie de carapaça protetora contra o ácido do ambiente, além de ter que lidar com outras intempéries que o planeta oferece.
Ambiente hostil
Vênus oferece um dos ambientes mais hostis de todo o Sistema Solar, apesar de guardar algumas similaridades com a Terra. A superfície tem uma temperatura média de 400 graus e literalmente chove ácido.
O planeta passa por um efeito estufa que pode indicar o futuro da Terra, caso a emissão de poluentes continue de forma desenfreada.
O local mais brando de todo o planeta Vênus, ou pelo menos o “menos ruim”, é exatamente a faixa de atmosfera que fica a cerca de 50 quilômetros da superfície, onde a fosfina foi descoberta.
Em outras palavras, se há algum ser vivo no planeta, é nessa altitude que existe a maior probabilidade de encontra-lo.