Por que as pessoas ainda pisam em uvas para produzir vinho?

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Quase todos os meios de produção do mundo foram atualizados ao longo dos anos pela tecnologia. Uma das exceções é o vinho, que em muitos lugares continua sendo produzido com a chamada pisa das uvas por seres humanos. Essa técnica antiga ainda é realmente necessária? E acima de tudo? É higiênico beber o vinho produzido de forma mais tradicional?

O fato da técnica ainda ser usada é interessante porque ao mesmo tempo em que ela se manteve, outros equipamentos foram desenvolvidos para prensar as uvas e, acredite, essas prensas também são bastante antigas. No entanto, os produtores mais tradicionais de vinho ainda realizam a chamada pisa das uvas, onde pessoas vão esmagando os frutos para separar a poupa da casca, gerando o mosto que vai fermentar e originar o vinho.

Segundo especialistas, o processo de pisa é indispensável na produção de determinados tipos de vinhos e a principal explicação dos produtores para manter a tradição é que as prensas mecânicas e automáticas tendem a quebrar as sementes das uvas, que liberam componentes indesejados na mistura. Os pés humanos, por mais forte que pisem, não rompem as sementes, aumentando a qualidade do mosto.

O tempo de produção também é um fator importante. Equipamentos fazem em minutos o trabalho de horas de pisa e no caso da produção de vinhos, quanto mais demorado, melhor. A diferença é tamanha, que na verdade acaba sendo mais caro manter uma equipe de “pisadores” do que comprar equipamentos de prensa das uvas.

E a higiene?

Em tempos modernos, a pisa da uva pode parecer pouco higiênica em comparação com os métodos de produção mais modernos, mas, de certa forma, isso acaba sendo mais ou menos irrelevante. Acontece que a grande maioria das impurezas que pode estar presente nos pés humanos acaba não sobrevivendo no vinho, que acaba funcionando como um agente higienizador de si próprio.

A pisa da uva é dividida em duas etapas, denominadas “corte” e “liberdade”. Durante o “corte”, as pessoas ficam paradas e vão pisando as uvas em ritmo constante. Já na “liberdade”, geralmente há música e as pessoas literalmente dançam por cima do mosto, sempre com a intenção de esmagar os frutos e manter as cascas das uvas submersas.



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